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Índice de preços recua 1,4% em maio e alcança menor nível desde 2009

12:30 | 04/06/2015
O índice mensal de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta quinta-feira, apresentou queda de 1,4% em maio na comparação com abril, para 166,8 pontos. O resultado representa uma retração de 20,7% ante o apurado em igual mês do ano passado. Segundo a organização, este é o menor nível desde setembro de 2009.

O Índice de Preços de Alimentos da FAO acompanha cinco grupos de commodities em mercados internacionais: cereais, carnes, laticínios, óleos vegetais e açúcar. A queda foi generalizada, com exceção de carnes.

O grupo dos cereais foi o que registrou a maior queda no período com retração de 3,8% em maio ante o mês anterior, para 160,8 pontos. Na comparação anual, o segmento acumula perdas de 22,4%. Segundo a FAO, amplos estoques combinados com perspectivas de boas colheitas neste ano mantiveram os preços internacionais sob pressão. A média de maio foi a mais baixa desde julho de 2010.

Os preços dos laticínios registraram retração de 2,9% em maio na margem, para 167,5 pontos. Segundo a FAO, a queda foi puxada pelo leite em pó e pela manteiga, enquanto que o queijo permaneceu estável. O recuo reflete grandes estoques na Nova Zelândia e o acúmulo de entregas para exportação na Europa, com a produção no Hemisfério Norte em seu pico sazonal. A incerteza sobre a demanda chinesa durante 2015 também continua pressionando o mercado, embora os preços mais baixos tenham estimulado o interesse do comprador no Oriente Médio e norte da África.

O índice de carnes alcançou 171 pontos em maio, recuo de 1,0% ante abril. No caso das aves, os preços permaneceram praticamente estáveis. Uma das causas apontadas pela FAO é o surto de gripe aviária nos Estados Unidos que levou a uma série de países a banir a importação norte-americana.

O subíndice de açúcar teve alta de 2%, para 189,3 pontos. O avanço em maio, que representa uma recuperação significativa desde outubro do ano passado, se deve principalmente a um começo mais lento da moagem da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, segundo a FAO. No entanto, os preços do demerara seguem sob pressão com amplos estoques e previsões de safra robusta em 2014/15.

O índice de óleos vegetais também avançou no período. A alta foi de 2,6%, para 154,1 pontos. O avanço foi liderado pela alta nos preços dos derivados de palma e de soja. O óleo de palma vem sendo sustentando pelos temores de ocorrência de El Niño no sul da Ásia, concluiu a FAO.

(Camila Turtelli, camila.turtelli@estadao.com)

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