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Inadimplência no setor da educação desacelera

Inadimplência no segmento da Educação cresce 4,3% na variação anual, abaixo da média geral. Economia em crise pode ser causa para queda no número de dívidas

09:46 | 18/06/2015
SPC BRASIL
Inadimplência no setor da educação desacelera

Inadimplência no segmento da Educação cresce 4,3% na variação anual, abaixo da média geral. Economia em crise pode ser causa para queda no número de dívidas

Com a economia brasileira mais lenta e fatores como inflação alta e perda do poder de compra dos consumidores, a inadimplência atinge vários setores e entre eles o da Educação. Os cursos de Ensino Superior são o destaque do segmento e aparecem na frente com o maior número de dívidas em atraso, com participação de 43,5%. Os dados são do Indicador de Inadimplência na Educação, medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Em segundo lugar no ranking de participações aparecem outras atividades de ensino, com 33,7% de inadimplência, e os cursos do Ensino Infantil, Fundamental e Médio, com 15,0% de participação. De acordo com o indicador, o número de pendências com instituições de Ensino Superior é quase três vezes maior que o número de pendências com instituições de Ensino Básico. "Isso se deve ao fato de que as matrículas em escolas privadas do Ensino Fundamental e Médio concentram famílias com renda mais elevada, ao mesmo tempo em que o Ensino Superior tornou-se mais acessível à população da classe C nos últimos anos", explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Porém, o indicador do SPC Brasil mostra uma desaceleração no crescimento da inadimplência na educação superior: no acumulado de janeiro a maio, em 2013 e 2014, o nível superior foi o principal destaque, com um crescimento no total de dívidas não pagas de 15,8% e 16,8%, respectivamente. Já no acumulado de janeiro a maio de 2015, esse segmento obteve uma variação negativa de -2,5%.

Para Kawauti, essa desaceleração da inadimplência no setor pode ser reflexo do alto número de jovens que voltaram ao mercado de trabalho por conta da desaceleração da economia. "Com menor renda, os jovens que antes não estavam em busca de um emprego passaram a procurar um trabalho no lugar de faculdade e isso diminui diretamente os gastos com educação - diminuindo, também, a inadimplência", diz a economista. "É importante ressaltar que o desemprego entre a população de 18 a 24 anos é de 16,2%, muito acima dos 6,4% da população em geral."
Redação O POVO Online
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