IBGE: vendas no varejo restrito em abril têm 3º mês seguido de queda
"A PMC reflete a expectativa de consumo das famílias. Então, você tem um quadro de restrição orçamentária, comprometimento da renda feito já há algum tempo e um quadro de incerteza. Diante de um ano negativo, é normal que o consumo das famílias caia nesse período", disse Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "A massa de renda da população está caindo, os preços em alguns setores estão desfavoráveis e o crédito está menor e mais caro", acrescentou a gerente.
No varejo ampliado, a sequência de quedas é ainda maior. O recuo de 0,3% em abril ante março foi o quinto consecutivo ante meses imediatamente anteriores, algo nunca antes visto na série, iniciada em 2003 neste tipo de confronto. Em abril, porém, o setor de veículos, que antes pressionava o desempenho do varejo ampliado, registrou alta de 4,4% nas vendas.
Mas o resultado positivo em veículos não representa uma reação do setor. Segundo Juliana, o aumento no índice é fruto do ajuste sazonal aplicado à série. "Isso significa que se abril fosse igual a março, fevereiro e janeiro (em termos de dias úteis), as vendas teriam alta de 4,4%. Mas não é reação do setor", disse.