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Economistas fazem manifesto pró-governo

08:05 | 18/06/2015
Professores da Fundação Getulio Vargas (FGV), do Insper, da Fipe-USP e da Faap elaboraram um manifesto em apoio às medidas econômicas adotadas no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O documento circulou pelas universidades paulistas há duas semanas e já foi endossado por 104 economistas.

Na lista dos professores que assinaram o manifesto estão Ernesto Lozardo e Yoshiaki Nakano, ambos da FGV; Marcos Lisboa, do Insper; Carlos Luque, da Fipe-USP; e Luiz Alberto Machado, da Faap.

No documento batizado de "Manifesto dos economistas em apoio às medidas de ajuste fiscal e econômico do governo federal", os professores afirmam que a economia brasileira enfrenta uma "grave crise fiscal" e que, se o programa de ajuste não for adiante, o Brasil corre risco de perder o grau de investimento, o que resultaria "em um aprofundamento das dificuldades econômicas, financeiras e do emprego."

Para os economistas que apoiaram o documento, as correções nas distorções de políticas públicas e sociais vão permitir ao País "recuperar a credibilidade na política econômica, assegurar a queda das taxas de juros, da inflação e a expansão da oferta."

O texto não cita o nome do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e faz criticas à nova matriz econômica desenvolvida no primeiro mandato da presidente Dilma. O manifesto deverá ser entregue para as principais lideranças do Congresso Nacional e para o vice-presidente, Michel Temer.

Dificuldade

O documento é elaborado num momento no qual o governo tem dificuldade para defender algumas políticas econômicas entre os seus apoiadores. A equipe econômica tem sido criticada por aliados por adotar medidas consideradas ortodoxas, que foram rejeitadas pela petista durante a campanha presidencial do ano passado. Para piora o quadro, o governo tem de defender essas políticas num quadro econômico bastante complicado e sem um sinal claro de recuperação no curto prazo. No último relatório Focus, do Banco Central, a expectativa dos economistas é que o Produto Interno Bruto (PIB) recue 1,35% em 2015 e cresça apenas 0,9% no ano que vem.

"Notamos que houve um movimento político contra as medidas econômicas, ou seja, para que se volte a fazer assistencialismo fiscal", afirma Lozardo. "Alguns economistas estão comparando as medidas adotas no Brasil com as políticas de austeridade adotadas nos países da União Europeia que levaram ao desemprego. Não é nada disso. A União Europeia tem problema de demanda, o que não é o nosso caso. Temos problemas de oferta", diz.

Nos últimos dias, a presidente Dilma teve de ir à público defender a sua nova política econômica. Em entrevista concedida ao Estado, ela disse que Levy não pode ser transformado em "judas". Na abertura 5º Congresso do PT, a presidente voltou a pedir a apoio da legenda para as políticas de ajustes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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