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Dilma tentará atrair investimentos na viagem que fará aos Estados Unidos

12:40 | 19/06/2015
Diante das dificuldades na economia e sob impacto da crise política, a presidente Dilma Rousseff começou a se reaproximar dos empresários. Na visita que fará aos Estados Unidos, a partir do próximo dia 29, Dilma tentará atrair investimentos e rever normas e regulações, na tentativa de destruir barreiras que prejudicam o livre comércio. O governo brasileiro já negocia parcerias com laboratórios públicos americanos e elegeu a área de inovação como prioridade.

"Eles têm interesse aqui e nós temos interesse lá", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, coordenador do Fórum Brasil-Estados Unidos. Integrado por CEOs das mais importantes companhias dos dois países, o grupo se reuniu nesta quinta-feira com a presidente Dilma, no Palácio do Planalto.

"Vamos buscar parcerias de investimento com o setor privado e levar uma pauta para a melhoria do comércio. No nosso caso, o que mais interessa é a inovação. Trata-se da economia com maior capacidade de inovação, tem muitos laboratórios", afirmou Mercadante. "Além disso, nós já tivemos 32 mil estudantes do programa Ciência Sem Fronteira nos Estados Unidos, muitos fazendo estágio em empresas. Educação, ciência e tecnologia também despertam grande interesse do Brasil."

O chefe da Casa Civil informou que uma nova agenda de normas e regulação pode melhorar o ambiente de negócios, a partir desta visita de Dilma. "Quando se cria o mesmo padrão de normas e regulação, você agiliza o comércio entre os dois países e facilita muito o acesso ao mercado", argumentou ele.

Mercadante contou que um acordo neste sentido foi feito recentemente com o setor de cerâmica. A expectativa do ministro é que agora sejam firmadas parcerias na área de saúde e tecnologia da informação (TI).

A agenda bilateral de Dilma nos Estados Unidos começa no próximo dia 30, atendendo a um convite para visita de Estado do presidente norte-americano Barack Obama. Parte da programação está sendo desenhada com a ajuda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que deve acompanhar a presidente em Nova York, Washington e San Francisco.

Antes da agenda bilateral, Dilma vai se reunir em Nova York, no próximo dia 29, com empresários de vários setores para apresentar o que o governo chama de "oportunidades de negócios" no Brasil, assim como o novo programa de infraestrutura, para tentar reduzir o déficit comercial com os Estados Unidos. Em Washington, deve ser anunciada a cooperação entre os dois países em vários programas, entre eles um de ensino técnico e profissionalizante, inspirado na experiência dos "community colleges".

Na prática, a presidente vai aproveitar a visita de Estado a Washington, no dia 30, para estabelecer novas pontes com o empresariado, que até agora tem reclamado da falta de diálogo com o governo.

Criado em outubro de 2007, o Fórum de Altos Executivos Brasil-Estados Unidos tem o objetivo de facilitar o comércio e investimentos bilaterais e integrar as duas economias e é formado por 12 CEOs e dois representantes governamentais de cada país. Mercadante e o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, representam o lado brasileiro no fórum, que está reunido na manhã desta sexta-feira, no Palácio Itamaraty. O presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, comanda a seção brasileira pelo setor privado, que reúne dirigentes da Coteminas, Ambev, Bradesco, Petrobras, Cutrale, Embraer, Eurofarma, Dasa, Gerdau, JBS, Kroton Educacional e Stefanini.

Na primeira parada da viagem, em Nova York, Dilma estará ao lado dos CEOs brasileiros, que participarão de um encontro com altos executivos norte-americanos. A presidente também vai se reunir com grupos de investidores de setores financeiros e de logística, em outros dois eventos. Toda a sua agenda em Nova York será econômica. No dia 1º de julho, em San Francisco, Dilma visitará empresas e universidades ligadas a alta tecnologia.

A visita de Dilma aos Estados Unidos marca a retomada da relação entre os dois países, arranhada após a revelação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) havia espionado as comunicações da presidente, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Petrobras e de cidadãos brasileiros. Foi por causa deste episódio que ela adiou a viagem a Washington, antes prevista para outubro de 2013.

Durante a 7ª Cúpula das Américas realizada no Panamá, em abril, Dilma teve um encontro reservado com Obama, considerado o primeiro passo para a reaproximação.

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