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Custos da construção puxam para cima 2ª prévia do IGP-M, diz FGV

18:20 | 18/06/2015
Com o processo de desinflação dos preços do atacado praticamente se encerrando, os custos do setor da construção foram o destaque da segunda prévia de junho do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que avançou 0,59%, como informou mais cedo a Fundação Getulio Vargas (FGV), destacou Salomão Quadros, superintendente adjunto da Superintendência de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia (Ibre/FGV).

O INCC-M, que mensura o custo da construção, avançou 1,67% na segunda prévia de junho, após registrar aumento de 0,30% na segunda prévia de maio. "A grande diferença está no INCC", afirmou Quadros.

Os custos da construção estão subindo mais em junho por causa dos reajustes salariais do Rio e de São Paulo. Os empregados da construção de São Paulo têm data-base de reajuste em maio, então já é normal o INCC de junho passar por uma aceleração. A diferença, explicou Quadros, está no caso do Rio: os trabalhadores cariocas da construção têm data-base em março, mas, neste ano, as negociações atrasaram e os aumentos só foram concedidos na virada de maio para junho.

No caso do IPA-M, que representa os preços no atacado e subiu 0,35% na segunda prévia de junho, em comparação com a alta de 0,39% na segunda prévia de maio, o câmbio falou mais alto. Na passagem de abril para maio, por causa do fim de um ciclo de valorização do dólar, houve desaceleração forte no IPA-M. Agora, com uma estabilização maior do câmbio, a tendência é de a taxa de junho repetir a de maio.

Na inflação ao consumidor, os preços dos alimentos continuaram chamando atenção, mas Quadros destacou que algumas deflações no atacado deverão chegar logo ao varejo. O preço do tomate dentro do IPA-M, por exemplo, já registrou deflação de 12,4% na segunda prévia de junho, ante inflação de 1,64% na segunda de maio.

Ainda assim, por enquanto, a inflação do grupo Alimentação no IPC-M, que mede a inflação ao consumidor, acelerou de 0,49%, na segunda prévia de maio, para 0,82% na segunda prévia de junho. "Junho ainda vem forte em alimentos, mas a tendência é esse movimento se enfraquecer", disse Quadros, destacando que, mesmo com um enfraquecimento da inflação de alimentos no fim de junho e em julho, as variações tendem a ficar acima das verificadas em 2014.

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