CNC: percepção de que pior já passou na inflação favorece confiança do comércio
O Icec recuou 0,2% em maio ante abril, a menor queda nessa base de comparação desde setembro. Segundo o economista, o desempenho melhor do índice foi conduzido pelo subíndice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC), que registrou alta de 1,0% em maio ante abril, a primeira em oito meses na comparação com o mês imediatamente anterior. Ainda assim, o IEEC recuou 16,2% em relação a maio de 2014.
"Atribuímos o aumento do otimismo na percepção de que o orçamento dos consumidores estará menos apertado no segundo semestre", afirmou Bentes, lembrando que para a confiança melhorar "tem que dar um primeiro passo".
O orçamento das famílias tenderá a estar menos apertado na segunda metade do ano por causa da inflação. O primeiro semestre foi marcado por fortes reajustes de tarifas públicas, sobretudo na conta de luz, reduzindo a renda disponível para consumo. Para o segundo semestre, novos reajustes não são esperados.
Esse efeito não fará muita diferença nos segmentos do varejo ligados a bens de consumo duráveis, como automóveis. Já nas farmácias e supermercados, com um pouco mais de renda disponível, o consumidor tende a conter menos os gastos, explicou Bentes.
"A variável mais importante para alavancar as vendas é o preço", disse o economista.
Mesmo com a expectativa de um quadro menos ruim no segundo semestre, a CNC segue com projeção de queda de 0,4% nas vendas do varejo restrito (sem automóveis e material de construção) e de 6,0% no varejo ampliado (incluindo os dois setores). Se confirmado, será o pior desempenho do varejo desde 2003.