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BC fala em 'perseverança' para evitar contágio da inflação em prazos mais longos

10:50 | 11/06/2015
O Banco Central elevou o tom e na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) passou a usar palavras mais duras em relação à piora do custo de vida. No documento, divulgado nesta quinta-feira, 11, a instituição afirmou que é preciso "determinação e perseverança para impedir" que a inflação se transmita para prazos mais longos. O BC também manteve o trecho que reafirma que a política monetária deve "manter-se vigilante", reforçando o tom hawkish do documento.

Apenas a manutenção do "vigilante" já era apontada pelo mercado como uma senha para a continuidade do ciclo de aperto monetário. Agora, com a introdução das palavras "determinação" e "perseverança", a avaliação de que o Copom dará ao menos mais uma alta na taxa básica de juros (Selic) deve ganhar peso.

O novo trecho aparece na parte que trata das pressões para o custo de vida decorrentes dos ajustes de preços relativos - que é o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres. Ainda nesse parágrafo, consta a ponderação que desde a reunião anterior, que ocorreu em abril, esses ajustes de preços tornaram o balanço de riscos para a inflação desfavorável para este ano.

"Nesse contexto, conforme antecipado em Notas anteriores, esses ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos", disse um trecho do documento.

A diretoria do Banco Central ainda reconheceu que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação. No entanto, voltou a afirmar "que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes, para circunscrevê-los a 2015", disse a ata.

O BC, apesar dessa piora do quadro inflacionário relatado por sua diretoria, manteve uma avaliação positiva para 2016 e afirmou que o cenário para a convergência da inflação no próximo ano tem se "fortalecido", palavra que já havia sido usada no documento anterior.

A despeito dessa avaliação positiva para o futuro, a instituição reafirmou que os avanços alcançados no combate à inflação - a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo - ainda não se mostram suficientes. Diante desse quadro, o Copom reafirmou que deve manter-se vigilante. Essas ponderações não apenas justificam a elevação da Selic na última reunião que passou de 13,25% ao ano para 13,75%, como indicam a continuidade do ciclo de alta.

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