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PIB do Brasil só é melhor do que o da Rússia e da Ucrânia em ranking da Austin

19:00 | 29/05/2015
A queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,6% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014 e a retração de 0,2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior deixaram o Brasil no 31º lugar no ranking de 33 países, elaborado pela Austin Rating. O Brasil só superou as economias da Rússia e Ucrânia, que tiveram resultados negativos em 1,9% e 17,6% nos três primeiros meses do ano na comparação anual, respectivamente.

"A Ucrânia ainda sofre com os efeitos negativos da severa guerra vivida com a Rússia neste ano, esta última ainda contabiliza problemas como a queda do preço do barril de petróleo, forte desvalorização do rublo, elevada taxa de juros, fortes sanções ocidentais e conflitos políticos ", afirmou o economista-chefe da instituição, Alex Agostini.

Ele destaca ainda que a Grécia, que foi um dos países ícones da crise financeira global de 2008 e tenta se recuperar financeiramente com negociações de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), já apresenta taxas de crescimento positivas a dois trimestres consecutivos. O economista questiona: "Onde está a crise externa tanto utilizada pelo governo brasileiro para justificar o pífio crescimento, que agora se tornou em decréscimo?".

A Austin Rating projeta para 2015 uma retração de 1,4% do PIB, com viés de piora. Se confirmada a expectativa, este ano terá o pior resultado desde 1990 (-4,35%). De acordo com Agostini, o setor industrial será o destaque negativo, "devendo amargar queda na produção e nos investimentos".

Além disso, o PIB do setor de serviços também deve apresentar resultado negativo e anotando o pior desempenho desde 1990 (-0,8%), refletindo os efeitos colaterais da deterioração do mercado de trabalho.

Na visão do economista, "é claro e evidente que o principal motivo que tem feito o Brasil ainda derrapar nos rankings de avaliações econômicas como este do PIB trimestral, ou mesmo alguns de competitividade e produtividade, é a gestão equivocada da política econômica".

"Tais resultados reforçam a tese de que houve profundos problemas na gestão da política econômica brasileira expansionista, com destaque para a atabalhoada política monetária de juros, que agora tenta correr atrás do prejuízo causado pela leniência com a inflação no passado".

De acordo com Agostini, o desafio de colocar a casa em ordem será ainda maior em virtude da perda de confiança dos consumidores, empresários e investidores, que inclusive respinga no aumento da desaprovação ao governo federal. O economista reforçou a necessidade de nova orientação da política econômica com foco na ampliação das ações de âmbito interno e externo e, principalmente, objetivando os controles efetivos da taxa de inflação e gastos públicos, e o anúncio da nova equipe econômico resgata a esperança.

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