Se o dólar permanecer com o atual ritmo de alta, o câmbio pode voltar a pressionar para cima o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). A avaliação é da equipe de análise econômica da Gradual Investimentos. Em maio, o IGP-M passou de 1,17% em abril para 0,41% em maio. Em parte, a desaceleração do indicador de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV) neste mês aconteceu por conta do patamar mais baixo da moeda americana em relação ao real. No período de coleta dos preços, a moeda americana operou em patamar bem mais baixo que os atuais R$ 3,15. Por vários dias, foi negociado abaixo dos R$ 3.

O principal peso para o menor ritmo de apreciação do indicador veio dos preços no atacado. A variação do IPA caiu de 1,41% em abril para 0,30%. Nesse resultado, predominou a queda nos preços dos alimentos in natura que são dolarizados. No sentido contrário, alguns insumos pressionaram o indicador, um exemplo é o minério de ferro que subiu 0,43%.

A alta acumulada de 4,11% nos 12 meses encerrados em maio não preocupa os analistas da Gradual. Entre outros fatores, a base de comparação é muito baixa, o que acaba, naturalmente, inflando a variação neste ano. Os analistas lembram que, nessa época no ano passado, o preço do minério de ferro estava em trajetória de queda.