O secretário estadual de Transportes do Rio, Carlos Osório, afirmou nesta quarta-feira, 20, que o governo do Estado quer atrair financiamento chinês para a ferrovia Rio-Vitória, linha de 577 quilômetros entre os portos das duas capitais, trecho que faz parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL), mas que até hoje não saiu do papel. A ideia do governo do Estado é terminar os projetos a tempo de poder licitar a ferrovia no início de 2016.

"Não há um valor de investimento estimado", afirmou Osório antes de acompanhar o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que recebeu o premier da China, Li Keqiang, para a vistoria a um dos trens chineses da empresa CNR encomendado para o Metrô do Rio.

O secretário vê oportunidade de incluir a Rio-Vitória nos próximos pacotes de concessões que o governo federal pretende anunciar, pegando carona nos estudos iniciais para o projeto da ferrovia de integração do oceano Atlântico com o Pacífico, passando pelo Brasil e pelo Peru.

Apesar do tom transcontinental dos discursos feitos em Brasília na terça-feira, 19, no encontro oficial de Li com a presidente Dilma Rousseff, ao governo federal interessa de fato o trecho da ferrovia binacional que inclui a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (Goiás), cruzando a ferrovia Norte-Sul. Se o projeto binacional for mesmo à frente, o ponto final seria em Campos, litoral norte do Rio, onde cruzaria também com a Rio-Vitória.

Esses trechos ferroviários faziam parte dos R$ 56 bilhões de investimentos previstos nesse modal de transporte pelo PIL, anunciado em 2012. Até hoje, porém, apenas uma parte pequena saiu do papel, com a concessão de trechos de rodovias e aeroportos. Os investimentos ferroviários foram atrasados por causa das discussões sobre o novo marco regulatório para o setor.