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Europa quer que EUA facilite exportação de petróleo, diz chefe de energia

16:20 | 17/05/2015
A União Europeia está aumentando a pressão para que Washington inclua um capítulo sobre energia em um esperado acordo comercial que pode permitir exportações de petróleo e gás dos Estados Unidos e reduzir a dependência que os países do bloco têm das exportações da Rússia.

Em uma entrevista ao The Wall Street Journal, Maros Sefcovic, o chefe de energia do bloco europeu, disse que facilitar o comércio de gás natural liquefeito e petróleo dos Estados Unidos para a União Europeia é uma das metas para o acordo de comércio e investimentos transatlântico, atualmente em negociação.

Até o momento, os EUA resistiram à inclusão de um capítulo sobre energia no acordo, mas o boom do gás de xisto nos Estados Unidos e os problemas das principais potências europeias com a Rússia trouxeram o tema novamente ao foco.

"Acreditamos que ter um capítulo de energia pode representar uma importante contribuição para um acordo comercial benéfico a ambos e também contribuir para a segurança energética da União Europeia", disse Sefcovic.

As exportações de combustíveis fósseis dos Estados Unidos têm sido restringidas há décadas. Apesar disso, o crescimento da produção interna de petróleo e gás aliviou algumas das preocupações norte-americanas sobre a independência energética. A Administração de Informações Energéticas dos EUA (EIA, na sigla em inglês) acredita que o país será um exportador líquido de gás em 2017.

Em anos recentes, o departamento de Energia emitiu licenças para seis projetos de exportação de gás de longo prazo nos Estados Unidos, os quais eventualmente vão ter capacidade para vender até 240 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Ao mesmo tempo, a indústria de petróleo norte-americana tem feito lobby para suspender as barreiras às exportações, na expectativa de que a abertura de novos mercados eleve os preços.

"Somos o maior mercado do mundo, o maior importador de energia do mundo, portanto acreditamos que somos um destino importante para qualquer exportador", disse Sefcovic.

Trevor Kincaid, porta-voz do Escritório de Representação Comercial dos EUA, afirmou que o país ainda não tomou uma decisão final sobre a inclusão de um capítulo sobre energia no acordo. "Os Estados Unidos não decidiram sobre o assunto, sobre se ele deve ser tema de um capítulo específico ou se regras gerais para todos os outros setores serão aplicáveis", disse.

Sefcovic lidera o esforço da União Europeia para criar uma "união energética" entre os 28 países-membros. Além de buscar fornecedores alternativos à Rússia, que atualmente fornece um terço de todo o gás consumido no bloco, ó esforço inclui quebrar as duradouras barreiras entre os mercados nacionais de energia da UE.

Na segunda-feira, Sefcovic inicia uma rodada de conversas que o levará a 18 países membros da União Europeia até o final do ano.

Até a chegada do verão europeu, a Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, deve revelar planos para examinar o mercado de eletricidade do bloco, incluindo novas conexões que cruzam fronteiras, chamadas de "interconectores", os quais podem ajudar a suavizar os altos e baixos da produção de energia renovável e reduzir preços aos consumidores.

Precisamos de uma ação mais rápida dos Estados-membros, onde, muitas vezes, especialmente quando se trata de interligações, nem sempre é fácil fazer com que dois ou três países se movam ao mesmo tempo", declarou Sefcovic. "Essa deve ser uma área na qual agências de cooperação podem ter um papel muito mais forte para superar as diferenças nacionais", completou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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