Como investir no nicho de imóveis antigos
O engenheiro patologista da Engeterra Diagnóstica, Lawton Parente, trabalha na revitalização de imóveis e explica que quando um prédio está velho, embora o metro quadrado da região seja caro, ele está abaixo do preço de mercado. “Quando revitaliza, você traz o imóvel para a linha normal da localização”, diz. Ainda há uma segunda variação financeira em relação ao material utilizado para renovar o imóvel. Se for com qualidade, o valor da unidade se eleva.
Mas esse nicho não é para qualquer um. Segundo Parente, pessoas que têm dinheiro sobrando é que realizam esse investimento. “Tem outro mercado também, que são daqueles interessados em morar em apartamentos antigos, que é o público diretamente ligado a este tipo de investidor”, analisa.
A vantagem que esse negociador pode levar em relação aos outros é porque unidades mais antigas geralmente ficam bem localizadas em regiões que mesclam o comercial com o residencial, como Aldeota e Dionísio Torres. “Além disso, se você olhar para a história, as pessoas moravam em casas e, para convencê-las a saírem das casas, o mercado construiu apartamentos amplos. Hoje a tendência são compactos”, diz Parente.
Na avaliação de Apolo Scherer, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), investidores de imóveis usados não são de grande volume. “São pessoas que compram de um em um. São pequenos investidores individuais, com alguma experiência em reformas e que gostam de trabalhar com construção”.
Ainda os caracteriza como bons avaliadores do mercado imobiliário, que sabem precificar o quanto o imóvel renderá após a revitalização. “Essas pessoas não foram prejudicadas pelas mudanças nas regras da Caixa Econômica Federal para imóveis usados. Isso porque, depois da reforma, o investidor ainda consegue colocar um preço cerca de 20% abaixo do valor de mercado e que ainda gere lucro”.
De cara nova
O edifício em que a assistente social Francisca Helena Rocha, 57, é síndica tem 34 anos e estava em uma situação de muito desgaste, com revestimento caindo. Os próprios condôminos resolveram contratar uma construtora para mudar o revestimento externo, fazer nova área de lazer, com piscina no estilo elevado, aquisição de novos elevadores e nova ambientação das áreas comuns.
Com isso, o apartamento que Helena comprou por R$ 150 mil, em 2010, está precificado em cerca de R$ 300 mil. Para fazer a reforma, cada condômino investiu R$ 10 mil com revestimento e R$ 3,5 mil na área de lazer. (Beatriz Cavalcante)
COMO FUNCIONA COM A VELHA GUARDA
O APARTAMENTO custava R$ 200 mil
O INVESTIDOR o compra por R$ 120 mil porque ele está desvalorizado
ELE GASTA R$ 20 mil com a reforma
Vende o apartamento por R$ 170 mil
Quando revitaliza, você traz o imóvel para a linha normal da localização