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Comgás volta a defender terminal de GNL em SP

12:25 | 06/05/2015
O presidente da Comgás, Luis Henrique Guimarães, voltou a defender nesta quarta-feira, 6, a construção de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) na costa de São Paulo. Na terça-feira, 5, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou que a companhia, o governo de São Paulo e outros interessados privados estudam a possibilidade de atracação de um navio regaseificador no estuário de Santos. O GNL importado, após regaseificado, seria injetado na rede da Comgás.

"São Paulo claramente precisa de um terminal de GNL", afirmou Guimarães em teleconferência com jornalistas realizada nesta quarta-feira. O projeto, caso venha a ser viabilizado, deve entrar em operação em meados de 2018. Até lá, a Comgás teria condições de fazer os ajustes necessários em sua rede de gasodutos de forma a ampliar a capacidade de transporte.

Na terça-feira, Guimarães afirmou que há disponibilidade de embarcações com esse perfil no mercado internacional e que, caso haja entendimento sobre a viabilidade técnica e econômica do projeto, poderiam ser utilizados navios com capacidade entre 7 milhões e 21 milhões de metros cúbicos diários (m?/d) de GNL.

Com acesso a uma nova rota de gás - a Comgás e o governo de São Paulo também estudam a construção de uma nova rede de gasodutos para o aproveitamento de gás a ser extraído do pré-sal de Santos, - a Comgás espera ter mais opções de insumo e capacidade de crescer, segundo Guimarães.

O executivo voltou a ressaltar hoje que o contrato de fornecimento de gás da Bolívia com o Brasil tem validade apenas até 2019. Por isso, a Comgás também tem contrato com a Petrobras vinculado a essa data. Ainda não estão definidas as condições de uma provável prorrogação no acordo Brasil-Bolívia.

"Antes tínhamos 100% do nosso gás vindo da Bolívia, hoje esse número é menor. Não tenho como antecipar o desenho que vai estar sendo construído, mas São Paulo quer ter mais opções e capacidade de crescer", comentou Guimarães. "A principio somos muito bem servidos pela Petrobras e temos interesse em continuar, mas vamos analisar alternativas em um mundo em que há oferta (de gás a partir de GNL)", complementou.

A decisão se o volume de compra da Petrobras será revisado a partir de 2019, caso o projeto do terminal de São Paulo saia do papel, dependerá da questão econômica e das condições de abastecimento, sinalizou o executivo.

A Comgás possui dois contratos de longo prazo com a Petrobras, ambos válidos até 2019. O maior deles prevê a oferta diária de 8,1 milhões de m? de gás boliviano até julho de 2019. O segundo, de 5,22 milhões de m?/d, tem validade até dezembro de 2019.

Apesar de o projeto de instalação de um terminal de GNL em São Paulo já estar em discussão com o governo paulista, Guimarães afirmou que o plano de investimentos de 2015 não prevê desembolsos em adequações na rede que receberia esse volume adicional e seria responsável pelo escoamento do gás. Isso porque, segundo ele, a adequação da rede leva um tempo menor do que aquele previsto para a construção de um terminal.

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