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Melhora das contas externas requer mais acordos comerciais, diz a Órama

15:10 | 22/04/2015
A despeito do déficit em conta corrente menor em março na comparação com fevereiro e com o terceiro mês do ano passado, o resultado não empolgou o economista-chefe da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira. "Os números continuaram ruins. O País precisa abrir expectativas melhores para investimento e melhorar inclusive o lado externo, da conta da balança comercial", analisou.

Segundo ele, apesar das mudanças metodológicas anunciadas nesta quarta-feira, 22, pelo Banco Central (BC) para as contas externas, a situação segue inalterada. "Os dados não eram bons e não vieram bons", reforçou.

Na opinião do economista, o Brasil precisa avançar nos acordos bilaterais com outros parceiros como Alemanha e EUA para ter um quadro um pouco mais favorável nas contas externas. "Fora isso, o quadro para 2015, como o previsto, é de uma situação difícil", estimou. "Perdeu muito tempo nas relações bilaterais (Mercosul). O Brasil precisa largar isso e ir de fato para o que interessa, e passar a negociar com quem realmente interessa, que são EUA, Europa e continuar negociando com a Ásia", disse.

De acordo com Bandeira, uma provável melhora na diplomacia brasileira não deve surtir efeito imediato nas contas externas, mas serve para o investidor se programar e a voltar a investir no País. Para ele, as medidas de ajuste fiscal são uma forma de tentar reconquistar a credibilidade, mas não são suficientes. "O Levy (ministro Joaquim Levy, da Fazenda) é o grande fiador de tudo isso, mas precisa ser ajudado", afirmou.

De acordo com o Banco Central, o déficit em conta corrente de março foi de US$ 5,736 bilhões, ficando menos intenso que o de US$ 6,879 bilhões de fevereiro deste ano e do verificado no terceiro mês de 2015, US$ 6,248 bilhões. O número veio mais significativo que o teto das expectativas do AE Projeções, de saldo negativo de US$ 5,700 bilhões.

Já o Investimento Direto no País (IDP, antigo Investimento Estrangeiro Direto/IED) atingiu US$ 4,263 bilhões em março. O dado veio acima do teto das estimativas, de US$ 4,200 bilhões, que, no entanto, não levava em consideração a nova metodologia.

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