Os materiais e componentes para a manufatura, o minério de ferro e as carnes continuam a pressionar a inflação do atacado. Na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de abril, os preços aos produtores avançaram em média 1,41%, quase o dobro do mês passado (0,75%), informou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV). Já na construção, a alta de 0,72%, também maior do que no mês passado, foi puxada pelo encarecimento tanto dos materiais quanto da mão de obra.

Na passagem do mês, a variação do grupo de bens intermediários passou de 0,20% na segunda prévia de março para 1,61% na leitura divulgada hoje. Segundo a FGV, o destaque partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que subiu 1,58%. No mês passado, a alta foi de 0,18%. Esse conjunto de itens é considerado um "centro nervoso" para o repasse cambial. Só o farelo da soja ficou 3,35% mais caro.

Já no índice referente a matérias-primas brutas (1,44% para 1,68%), as principais acelerações partiram de café em grão (-4,71% para 3,91%), bovinos (-0,12% para 1,68%) e minério de ferro (0,54% para 1,87%). No sentido contrário, destacam-se soja em grão (5,74% para 3,63%), milho em grão (3,53% para 0,71%) e aves (2,90% para 0,38%).

Ainda de acordo com a FGV, os bens finais ganharam força e ficaram 0,99% mais caros na prévia divulgada há pouco, após alta de 0,75% em março. A principal influência veio dos alimentos processados (-0,12% para 1,50%), subgrupo cujo item de peso são as carnes bovinas comercializadas por frigoríficos.

No Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), a alta de 0,72% na segunda prévia de abril também foi maior do que no mês passado (0,22%). O resultado foi influenciado tanto pelo índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços (0,28% para 1,04%) quanto pelo custo da Mão de Obra (0,16% para 0,43%).

O IGP-M subiu 1,16% na segunda prévia de abril. O período de coleta de preços foi de 21 de março a 10 de abril. O resultado final do índice será anunciado no próximo dia 29.