Emprego fica mais difícil na construção
"As obras iniciadas em anos passados estão terminando. Agora, precisamos de novas decisões de investimento para absorver a mão de obra", afirma Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). "Mas a política de restrição fiscal, a inflação mais alta e os juros mais altos deixam a política de novos investimentos bastante restrita."
O momento que vive o setor é ilustrado pelo número alto de demissões sem justa causa - que são os cortes mais diretamente ligados às dificuldades financeiras das empresas: entre janeiro e fevereiro, 73% dos trabalhadores desligados na construção foram demitidos sem justa causa, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
As outras categorias de demissões apontadas no Caged são saídas espontâneas, término de contratos, por justa causa, aposentadoria e morte (ver quadro). Como comparação, na agropecuária, por exemplo, as saídas sem justa causa representaram 56,68% do total. Na indústria, um pouco menos: 56,53%.
Freio. O desempenho da construção civil também tem sido afetado pela Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos da Petrobras. Com a operação, as construtoras tiveram crédito cortado e estão sem caixa para tocar as obras pelo País. Nos Estados com grandes obras de infraestrutura em andamento, fica evidente como o emprego tem sido afetado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.