Aneel: um terço da energia nova está vinculada a projetos paralisados
Proporcionalmente, a situação mais adversa é registrada entre as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Dos 2.361 MW a serem adicionados ao sistema até 2020, 1.933 MW (81,9%) virão de projetos atualmente paralisados ou com obras não iniciadas. A Aneel destaca que, dentre os 172 projetos outorgados, 25 empreendimentos enfrentam dificuldades como suspensão de declaração de inviabilidade ambiental ou impasses judiciais.
Como são projetos menores, contudo, é possível que parte das obras de algumas PCHs não tenha sido iniciada em função do cronograma natural de cada empreendimento.
O segundo caso mais preocupante envolve usinas eólicas, projetos igualmente menores quando comparados aos grandes complexos hidrelétricos ou térmicos. Nesse caso, 6.240 MW dos 9.639 MW em projetos outorgados, ou 64,7% do total, virão de empreendimentos atualmente paralisados ou com obras não iniciadas. Há, porém, apenas 6 dos 392 parques outorgados com alguma restrição mais preocupante.
O porcentual de projetos paralisados ou com obras não iniciadas entre as térmicas também é grande, mas em proporções menores. No caso das térmicas abastecidas com combustível fóssil, 58% dos 6.049 MW previstos estão vinculados a projetos paralisados ou com obras não iniciadas. A situação é mais preocupante em 13 de 24 usinas, mas vale destacar que estes são projetos que levam maior tempo de construção.
Entre as térmicas abastecidas com biomassa a taxa de paralisação ou obras não iniciadas está em 41,4%, com 1.065 MW dos 2.573 MW outorgados nessa situação. De um total de 51 projetos, 15 enfrentam algum tipo de restrição, segundo a Aneel.
A situação mais confortável é vista, curiosamente, entre os grandes projetos hidrelétricos, os quais responderão por 47,5% da expansão prevista até 2020. Segundo o documento da Aneel, apenas 6,5% da energia prevista em projetos outorgados está vinculada a empreendimentos paralisados ou com obras não iniciadas.
Nesse caso, dez das 24 usinas planejadas enfrentam algum tipo de restrição. Há grande concentração de problemas principalmente associados a projetos na região Sul. A principal ameaça ao cronograma desses projetos está relacionada ao processo de licenciamento ambiental.
Expansão
A Aneel destaca que, entre os projetos em expansão, está a usina de Jirau, que já possui 27 turbinas em operação comercial e deve ter mais de dez novas turbinas em operação até o final do ano. A terceira e última turbina da hidrelétrica Ferreira Gomes, também citada pela Aneel, deve entrar em operação até o final de junho.
Dentre as térmicas, destaque para as usinas Amandina, Colombo Ararinha 2, Eldorado e Moema, todas com expansão de capacidade prevista ainda para o segundo trimestre deste ano. A Aneel também prevê novas usinas eólicas e PCHs para os próximos meses.
Desde o início deste ano, a potência instalada do parque gerador brasileiro foi acrescida em 1.651 MW, o que representa uma adição de 1,2% em relação ao final de 2014. Outros 5.754 MW devem entrar em operação até o final do ano. A Aneel também prevê a incorporação de 28.478 MW entre 2016 e 2020 e ainda há 5.082 MW vinculados a projetos sem previsão de entrada em operação comercial.