Ajuste fiscal deve ficar em R$ 60 bilhões
Fontes informaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a percepção do próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é de que "não é possível muito mais". O Ministério da Fazenda conta um reforço de R$ 30 bilhões em receitas adicionais. O reforço nas receitas virá de diversas fontes, como os leilões da área de seguridade da Caixa Econômica Federal, da folha de servidores da União e de outorgas de trechos de ferrovias já concluídas ou em fase final de conclusão.
O governo também conta com receita adicional proveniente da elevação da carga tributária, como o alta da PIS e Cofins incidente nas receitas financeiras - medida já divulgada, com arrecadação. Outros aumentos estão em estudo e poderão ser anunciados em breve pelo Ministério da Fazenda. Na mira, estão as instituições financeiras que poderão ter elevada a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Com o corte definitivo e as receitas adicionais, o governo avalia ser possível garantir a meta fiscal de superávit primário de R$ 55,3 bilhões prevista para o governo federal em 2015. O superávit primário é a economia que o governo faz para pagar os gastos com os juros da dívida pública. Um esforço fiscal de R$ 11 bilhões é esperado para os Estados e municípios para garantir a meta fiscal do setor público de R$ 66,3 bilhões, de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), prometida pela equipe econômica.
Na discussão da Junta Orçamentária para a definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, o ministro Levy conseguiu manter a meta fiscal de 1,2% para 2015 e de 2% para o ano que vem. Havia dentro do governo pressão para a redução das metas. "As metas estão firmes e fortes", disse uma fonte da área econômica.
Tampão
O governo vai editar um decreto tampão de contingenciamento das despesas até que o corte definitivo seja anunciado. O novo corte provisório está em linha com o decreto publicado em janeiro que limitou a 1/18 (um dezoito avos) o valor dos gastos mensais do total previsto no Orçamento de 2015.
O decreto temporário é necessário porque, depois de a Lei Orçamentária ter sido sancionada pela presidente Dilma Rousseff, os empenhos de despesas estão liberados, deixando de valer o decreto anterior. Após a sanção do Orçamento pela presidente, o governo tem 30 dias corridos para publicar o decreto de contingenciamento definitivo.
O relator do orçamento de 2015, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que é favorável à decisão do governo de editar um decreto tampão em que segura os gastos do Executivo até o contingenciamento previsto para maio. "É natural que o governo se previna para cortar gastos e conter custos com o decreto. É salutar que o governo faça isso", disse o peemedebista. Colaborou Ricardo Brito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.