PUBLICIDADE
Notícias

RIOGaleão planeja investir R$ 20 mi até 2016 no setor de cargas

19:10 | 23/03/2015
Após enfrentar uma queda de 11,2% no ritmo de importações do setor de óleo e gás, em 2014, o terminal de cargas da concessionária RIOGaleão, que opera o aeroporto internacional do Rio de Janeiro, espera diversificar os segmentos que desembarcam no aeroporto a partir deste ano. O objetivo é atrair cargas destinadas ao Rio que desembarcam em outros terminais. A concessionária planeja investimentos de R$ 20 milhões até 2016 no setor, entre reformas nos terminais, novos galpões e escritórios, além de equipamentos e procedimentos para agilizar a liberação das cargas.

As importações da indústria de óleo e gás representam cerca de 20% de toda a movimentação de cargas do terminal, entre turbinas, motores, peças e equipamentos submarinos de alto valor agregado. Apesar do "fraco" desempenho em 2014, a concessionária já aposta em recuperação no setor, diante do cronograma de exploração de áreas prioritárias do pré-sal. No segundo semestre do último ano, o fluxo de cargas cresceu 8,6%, retomando a confiança nos investimentos para melhorar as operações do terminal.

"Como todo mundo, estamos preocupados, mas a previsão do mercado é que haja uma retomada através da programação do pré-sal. Para o setor, é fundamental essa operação. Um atraso na operação da plataforma gera mais custo que a carga aérea", resume o executivo Patrick Fehring, diretor do RIOGaleão Cargo, que representa 20% de todo o faturamento da concessionária.

A previsão é manter esse porcentual, mesmo em tempo de desaceleração da economia. Para isso, a concessionária busca a diversificação dos clientes e melhoria dos indicadores operacionais. Prestes a completar um ano de concessão, em abril, o Galeão já reduziu em 20% o tempo de liberação das cargas com a troca das equipes e de procedimentos. Mas a concessionária ainda busca uma "meta mais agressiva".

Até agosto, deve ser concluída a reforma do terminal, com a ampliação da frota de empilhadeiras e da câmara fria, voltada sobretudo para produtos farmacêuticos. O setor também é considerado fundamental para as operações. "Vamos triplicar a capacidade para esse setor, que é muito importante. Mesmo quando a economia não está bem, o segmento tem um crescimento estável", projeta o executivo, que finaliza nesta semana uma certificação da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) para o setor.

O investimento em melhorias estruturais no terminal de cargas visa fazer frente à concorrência de Guarulhos e Viracopos, que investiram desde 2012, R$ 100 milhões nos seus terminais de carga. O aeroporto de Campinas, no interior de São Paulo, concentra 35% das cargas destinadas ao Rio, o que representa 5 mil toneladas anuais. Em alguns mercados, como a Alemanha, a concentração chega a 75% em Viracopos.

"Nossa oportunidade para ganhar participação é melhorar indicadores operacionais e ser muito melhor que Guarulhos e Viracopos. Estamos correndo atrás dessas cargas", avalia Fehring. A estratégia é "melhorar a percepção" sobre o terminal, marcada pelas falhas de processos antes da concessão. "Se o cliente mandava cargas cinco anos atrás e um órgão bloqueou, isso marca a percepção. A gente já tem uma boa performance mas temos que melhorar a percepção dos clientes. A gente está visitando mais de 130 clientes que nunca foram visitados", completa o diretor.

Além de visitar os clientes em mercados prioritários, como a Alemanha, a equipe comercial do terminal mantém contatos com as companhias aéreas brasileiras, que mantêm planos de investimentos no setor, com a ampliação dos terminais próprios. "O aeroporto é só um parceiro dentro da eficiência logística. Tem que fornecer a infraestrutura e atuar como facilitador, colocar todo mundo na mesa para melhorar o processo", diz Fehring.

TAGS