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Fipe mantém projeção de 0,76% para IPC de março em São Paulo

14:20 | 12/03/2015
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, manteve nesta quinta-feira, 12, em 0,76%, a projeção para a taxa de inflação de março na cidade de São Paulo. Em entrevista concedida ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele afirmou que o quadro imaginado para o indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) no mês deu, logo na primeira quadrissemana de março, mostras de que será confirmado, com os reajustes de vários preços administrados ainda respondendo pela maior parte da inflação.

"Temos praticamente 70% da variação do índice explicada por fatores já esperados", comentou Chagas. "De longe, o principal fator é energia elétrica, mas há também combustíveis e a água, que já começa a captar os efeitos das multas (por consumo) e isso já aparece no IPC. É uma inflação muito concentrada, amparada num movimento de ajustes", destacou.

Nesta quinta-feira, a Fipe divulgou que o IPC apresentou taxa de inflação de 1,03% na primeira quadrissemana de março ante alta de 1,22% no encerramento de fevereiro. O resultado ficou colado à previsão de Chagas, que era de uma inflação de 1,04%. Também ficou dentro do intervalo de expectativas dos economistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, aguardavam taxa de 1,00% a 1,27%, com mediana de 1,09%.

Segundo o instituto, o grupo Habitação, que traz os itens energia elétrica e água/esgoto, apresentou alta de 1,73% na primeira leitura de março. Apesar da desaceleração ante a elevação de 1,82% do fim de fevereiro, o conjunto de preços respondeu sozinho por 0,53 ponto porcentual (51,74%) de toda a inflação pesquisada.

Na primeira medição do mês, o item energia elétrica subiu 10,82% ante 10,92% do encerramento de fevereiro. A variação não apenas representou 0,39 ponto porcentual de toda a inflação na capital paulista como fez com que o item liderasse o ranking de pressões de alta do IPC no período.

O componente água/esgoto, por sua vez, avançou 3,16% na primeira quadrissemana de março ante 4,82% do fim de fevereiro e respondeu por 0,06 ponto porcentual de todo o IPC. Foi a terceira contribuição no ranking de altas da Fipe.

O grupo Transportes, que contém a gasolina e o etanol, apresentou elevação de 1,13% na primeira medição de março. Ainda que a variação tenha sido menos expressiva que a de 2,39% do fechamento de fevereiro, respondeu por 0,20 ponto porcentual (19,27%) de todo o IPC.

Especificamente em relação à gasolina e ao etanol, o combustível derivado do petróleo subiu 5,44% na primeira quadrissemana ante 8,68%. O derivado da cana-de-açúcar, por sua vez, avançou 5,30% ante 8,29%. Em termos de contribuição para a alta do IPC, a gasolina e o etanol representaram impactos de 0,11 ponto porcentual e 0,04 ponto porcentual, respectivamente.

Outro grupo que continua chamando a atenção da Fipe é a Alimentação. Na primeira quadrissemana de março, o conjunto de preços avançou 1,29% ante 1,00% do fim de fevereiro e respondeu por 0,29 ponto porcentual (28,65%) de todo o IPC.

Entre as principais pressões da Alimentação, Chagas destacou os preços do subgrupo Industrializados (alta de 0,84% ante 0,64%) e do subgrupo Produtos in Natura (avanço de 5,53% ante 4,54%). Enquanto a justificativa para o primeiro subgrupo está ligada até às recentes elevações do dólar ante o real, a explicação para o segundo está vinculada, por exemplo, às questões de seca e falta d'água, no período atual de crise hídrica do Estado de São Paulo.

Um alento vindo da Alimentação é o preço da carne bovina, item que tem um grande peso no IPC. De acordo com a Fipe, o componente apresentou baixa de 0,39% na primeira quadrissemana de março ante recuo de 0,29% no fim de fevereiro.

Na avaliação de André Chagas, a despeito de o IPC estar trazendo como boa notícia as seguidas desacelerações desde a segunda quadrissemana de fevereiro, quando a taxa estava no nível de 1,57%, o cenário de março ainda é de uma inflação bastante pressionada e acima dos níveis desejados. "Deve fechar com chave de ouro esse trimestre de reajustes", comentou.

De acordo com o coordenador, o primeiro trimestre de 2015 acabará trazendo uma inflação que responderá por mais da metade do que a Fipe projeta para todo o ano. "Deveremos encerrar o trimestre com algo em torno de 3,6 pontos porcentuais de uma inflação que deve terminar 2015 na casa dos 6%", disse.

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