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É cedo para falar de efeito do ajuste na arrecadação, avalia FGV

17:10 | 24/03/2015
A arrecadação de tributos e contribuições federais em fevereiro somou R$ 89,982 bilhões, uma alta real de 0,49% em relação ao mesmo mês de 2014. Porém, o número conta com uma receita extraordinária de R$ 4,64 bilhões. Sem ela, haveria queda real de 4,7% na arrecadação. Segundo o pesquisador do Ibre/FGV Bernardo Fajardo, é muito cedo para falar do efeito das medidas de ajuste fiscal promovidas pelo governo.

"Ainda é muito cedo para falar de qualquer repercussão positiva do ajuste. A arrecadação melhorou, mas não é suficiente para compensar janeiro, que foi muito fraco", comenta Fajardo. "Os dados estão muito voláteis, até mesmo porque nem o governo sabe direito o que será aprovado pelo Congresso. Não dá para dizer que há uma tendência de melhora na arrecadação", acrescenta.

Juntamente com José Roberto Afonso, o pesquisador fez um estudo para tentar antecipar os dados da arrecadação, no qual previa alta de 3,2%. Segundo ele, o modelo econométrico apontava para forte alta na arrecadação do imposto de renda da pessoa física (IRPF), o que não se concretizou.

Outras projeções, como a estimativa de elevação de 25,1% na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), foram bastante acuradas. Segundo a Receita, a arrecadação desse tributo cresceu 26,26%. De acordo com Fajardo, esse resultado positivo foi impulsionado principalmente pelas empresas do setor financeiro.

O pesquisador chama a atenção para o fato de a Receita ter destacado na apresentação dos resultados o efeito da arrecadação extraordinária, o que marca uma mudança de postura em relação à equipe econômica anterior, que era criticada por tentar maquiar os dados fiscais. Ele também comenta que a manutenção do rating soberano pela Standard & Poor's foi uma notícia muito positiva e deve dar fôlego ao governo nas negociação do pacote fiscal com o Congresso.

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