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Crescimento do PIB dos EUA no 4ºtri de 2014 não sofre revisão e fica em 2,2%

11:40 | 27/03/2015
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos teve crescimento a uma taxa anual ajustada sazonalmente de 2,2% no quarto trimestre de 2014, de acordo com a terceira e última leitura do indicador, informou o Departamento do Comércio. O resultado se manteve inalterado frente ao registrado na segunda estimativa, mas abaixo das expectativas dos economistas consultados pelo Wall Street Journal, de expansão de 2,4%.

De acordo com o relatório, a economia dos Estados Unidos desacelerou nos últimos meses de 2014 e os lucros das empresas caíram.

O PIB do quarto trimestre cresceu 2,4% na comparação anual, ante alta de 2,7% no terceiro trimestre.

De acordo com o Departamento do Comércio, os lucros corporativos depois de impostos, sem avaliação de estoques e ajustes do consumo de capital, recuaram 3% na comparação trimestral. Esta foi a maior queda trimestral dos lucros desde o primeiro trimestre de 2011.

Na comparação com o ano anterior, os lucros subiram 2,9% no quarto trimestre, com desaceleração ante a alta de 5,1% observada no terceiro trimestre.

Em geral, a visão do quarto trimestre foi mista, com os gastos dos consumidores no ritmo mais rápido desde 2006, mas com desaceleração do investimento empresarial e redução dos gastos do governo.

E muitos economistas esperam que o atual trimestre permaneça em ritmo lento. Nesta semana, várias previsões foram reduzidas para o PIB deste começo de ano, após dados decepcionantes sobre gastos de empresas e investimentos.

O Morgan Stanley reduziu a estimativa para uma taxa anualizada de alta de 0,9%, frente um ganho de 1,2% na projeção anterior, e o JP Morgan Chase colocou sua estimativa em expansão de 1,5%, ante expectativa de crescimento de 2%. O Departamento do Comércio publica a primeira estimativa do PIB dos três meses iniciais de 2015 em 29 de abril.

Apesar do crescimento desigual, a economia dos EUA vem avançando em um ritmo rápido o suficiente para gerar postos de trabalho e para levar alguns trabalhadores marginalizados de volta para o mercado de trabalho.

Mas um dólar fortalecido e uma fraca demanda global estão pesando nas exportações e na inflação do país, ao mesmo tempo em que prejudicam os lucros das empresas norte-americanas que fazem negócios no exterior.

As exportações cresceram a uma taxa de 4,5% no quarto trimestre, contra uma estimativa anterior de expansão de 3,2% e em linha com o ritmo do terceiro trimestre. A revisão para cima refletiu principalmente mais gastos em viagens e outros serviços. As importações também aumentaram fortemente. Assim, o comércio exterior foi um fardo líquido sobre o crescimento no quarto trimestre.

O total das exportações como proporção do PIB se elevou ao longo das últimas décadas. E uma estagnação dos embarques para outros países poderia prejudicar o crescimento.

Dirigentes do Federal Reserve estão analisando de perto os efeitos de dólar forte, enquanto cogitam o momento de começar a elevar as taxas de juros. A presidente do Fed, Janet Yellen, disse neste mês que o dólar fortalecido provavelmente é uma das razões para o fraco crescimento das exportações, mas também reflete a melhora da economia dos EUA.

"Nós vemos considerável força subjacente na economia norte-americana e, apesar do que parece ser um primeiro trimestre mais fraco, estamos projetando um bom desempenho para a economia", disse Yellen, em uma entrevista coletiva feita logo após a última reunião de política monetária do Fed.

No quarto trimestre, segundo o relatório publicado nesta sexta-feira, os gastos dos consumidores subiram a uma taxa anual ajustada sazonalmente de 4,4%, ante uma estimativa anterior de ganho de 4,2%.

Mas uma revisão para baixo de estoques privados compensaram, em grande parte, as revisões para cima de exportações e de gastos dos consumidores.

O investimento das empresas - que reflete os gastos com software, pesquisa e desenvolvimento, equipamentos e estruturas - cresceu a uma taxa de 4,7%, ante estimativa anterior de 4,8% e do ritmo de 8,9% no terceiro trimestre.

Os gastos do governo contraíram a um ritmo de 1,9%, refletindo uma forte queda nos gastos federais com Defesa.

O mercado imobiliário teve uma expansão de ritmo modesto. O investimento residencial cresceu a uma taxa de 3,8% no quarto trimestre, um aumento frente os 3,2% no terceiro trimestre.

As medidas de demanda subjacente na economia também mostraram sinais de fraqueza no último trimestre. Vendas finais reais de produtos domésticos, uma medida que exclui mudanças de estoques, cresceram a um ritmo de 2,3%, face a taxa do terceiro trimestre de 5,0%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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