A conta de transações correntes seguiu negativa em fevereiro, ao registrar um déficit de US$ 6,879 bilhões. Em janeiro, houve um déficit mais acentuado, de US$ 10,654 bilhões. O resultado do mês passado ficou perto do teto do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que iam de US$ 6,500 bilhões a US$ 9,560 bilhões, e foi melhor que a mediana estimada, negativa em US$ 7,600 bilhões.

Nos dois primeiros meses do ano, o déficit em conta corrente está em US$ 17,533 bilhões, o que representa 5,77% do Produto Interno Bruto (PIB). Já no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro de 2015, o saldo negativo está em US$ 89,9 bilhões, o equivalente a 4,22% do PIB.

No mês passado, o saldo da balança comercial foi negativo em US$ 2,842 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,803 bilhões. A conta de renda também ficou deficitária no mês passado, em US$ 1,392 bilhão.

O saldo de remessas de lucros e dividendos ficou negativo em US$ 727 milhões em fevereiro, como informou há pouco o Banco Central. No mesmo mês do ano passado, houve uma saída líquida de US$ 1,286 bilhão. No acumulado do primeiro bimestre , o saldo está negativo em US$ 2,412 bilhões, ante US$ 3,785 bilhões de déficit visto nos dois primeiros meses de 2014.

O BC informou ainda que as despesas com juros externos somam US$ 690 milhões em fevereiro e US$ 2,998 bilhões no acumulado do ano. Em igual período de 2014, esses gastos foram de US$ 707 milhões e US$ 2,623 bilhões, respectivamente.

Projeções

O BC reduziu a projeção de déficit nas transações correntes em 2015, de US$ 83,5 bilhões para US$ 80,5 bilhões. A nova estimativa equivale a 3,79% do PIB. No último relatório de mercado Focus, a mediana das previsões para este indicador estava em deficitário em US$ 79,80 bilhões.

A autoridade monetária reduziu a expectativa de saldo positivo na balança comercial deste ano de US$ 6 bilhões para US$ 4 bilhões, ante previsão de superávit de US$ 3,5 bilhões da Focus da última segunda-feira, 23. O BC diminuiu a previsão de exportações de US$ 234 bilhões para US$ 210 bilhões e a estimativa de importações passou de US$ 228 bilhões para US$ 206 bilhões. A autoridade monetária revisou a projeção de gastos com viagens internacionais de US$ 18,5 bilhões para US$ 17,5 bilhões.

Já a previsão de despesas com juros aumentou de US$ 14,2 bilhões para US$ 15,3 bilhões, enquanto a estimativa de remessas de lucros e dividendos para o exterior caiu de US$ 26,5 bilhões para US$ 24,5 bilhões.