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BNP Paribas prevê IPCA em 9% em 2015 e Selic em 14% no fim do ano

14:00 | 31/03/2015
A inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá encerrar o ano em curso com uma taxa de 9%, previu nesta terça-feira, 31, o economista-chefe para a América Latina do BNP Paribas, Marcelo Carvalho. Durante entrevista coletiva online promovida pelo banco, ele previu que a inflação deverá se manter ascendente, alimentada pelo setor de serviços, inflado pela ainda baixa taxa de desemprego no País. Além disso, contribui para os reajustes de preços o realinhamento dos preços administrados e a desvalorização cambial.

Por conta desta inflação ainda em elevação a despeito da queda da economia - o BNP Paribas prevê queda de 2% do PIB este ano -, Carvalho espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve para 14% a taxa Selic neste ano. Atualmente a taxa de juro de referência da economia brasileira encontra-se em 12,75% ao ano.

Com relação ao câmbio, a previsão do economista do BNP Paribas é de uma taxa de R$ 3,20 por dólar no encerramento deste ano. Apesar de inflacionário, Carvalho avalia que "precisamos de um câmbio desvalorizado para fazer o ajuste na conta corrente do Balanço de Pagamentos. "Me parece que o BC está vendo isso, tanto que não renovou o programa de swaps cambiais", disse.

Outra avaliação feita por Carvalho em relação ao dólar é a de que a moeda norte-americana continuará se valorizando em relação às demais moedas a ponto de chegar ao final de 2015 numa paridade com o euro. "Para ser sincero, para mim o programa de swaps cambiais já tinha ido longe demais. No ano passado, o programa teve que ser mantido porque tivemos eleição e não era interessante termos volatilidade. Mas o programa cresceu muito e chegou a mais de US$ 100 bilhões", disse o economista, observando se tratar de um valor muito elevado para um país que tem em reservas internacionais algo próximo de US$ 400 bilhões. "Não fazia sentido manter o câmbio valorizado artificialmente por muito tempo. O mundo mudou e as eleições ficaram para trás", disse o economista do BNP Paribas.

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