Besi e Barclays vêm na ata do Copom sinal de mais alta dos juros em abril
Para ele, "a porta está aberta, para 0,25 ponto porcentual ou 0,50 ponto porcentual em abril", referindo-se ao aumento da Selic por parte do Copom na próxima reunião. "Vai depender um pouco da evolução dos indicadores até lá", disse, citando dados de inflação e atividade esperados.
Segundo Serrano, o câmbio é uma variável "importantíssima" para ser acompanhada também. "Na ata, o BC usou um câmbio de R$ 2,85 (cenário de referência) e parte do mercado pode acreditar que as informações em relação à inflação podem ficar ultrapassadas, dado que o dólar está hoje mais perto de R$ 3,10. Mas o adicional de inflação, ou impacto direto na inflação, é concentrado no ano de 2015, vale ressaltar, já que o movimento da moeda está ocorrendo no começo de ano e o real pode parar de se depreciar".
Com isso, Serrano avalia que "não há motivo para mudarmos o 0,25 ponto porcentual que projetamos para a próxima reunião", disse. "Mas o câmbio vai ser o diferencial", completou.
Já na avaliação do Barclays, a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), no final deste mês, será "crucial" para determinar o rumo do atual ciclo de alta da taxa Selic. O banco diz que a ata da reunião de março do Copom trouxe pouca informação sobre a condução dos juros.
Para a instituição, o documento do BC publicado hoje continua deixando a porta aberta para outra alta de 0,50 ponto porcentual na Selic ou mesmo de 0,25 ponto porcentual no encontro de abril. Por enquanto, o banco estima Selic indo a 13,00% na próxima reunião, mas não descarta um aumento para 13,25% ao ano.
"O desempenho do câmbio, do PIB (Produto Interno Bruto) e da inflação serão cruciais para determinar o balanço de riscos para a reunião de 29 de abril. O BC não vê mais a inflação começando a diminuir este ano, de acordo com a ata de hoje. Por isso, será importante ver no RTI (as perspectivas para) o comportamento da inflação de 2016, e se ainda há uma convergência para o ponto médio da meta (4,5%)", avalia, em nota, os economistas do Barclays.
No RTI, o banco espera que o BC atualize as projeções das principais variáveis econômicas para números mais perto da realidade, neste momento de aceleração da inflação - que está emergindo do enfraquecimento da taxa de câmbio e também devido à pressão dos preços administrados - e de enfraquecimento da atividade. "Nesse relatório, esperamos que as simulações de inflação utilizem insumos mais próximos dos níveis atuais, bem como traga uma visão atualizada para o crescimento neste ano", aponta o relatório. tório.