Trabalhadores da GM de São José dos Campos entram em greve
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José alega que, durante reunião na noite de quinta-feira, 19, a GM teria proposto a abertura de lay-offf (suspensão temporária dos contratos) para 794 funcionários da fábrica durante dois meses e demissão desses colaboradores após esse período. Segundo o sindicato, a empresa não divulgou uma lista com o nome dos trabalhadores a serem demitidos.
"A greve é nossa única forma de impedir uma demissão em massa na GM. Nós já havíamos dado o recado para a empresa, de que se houvesse demissão, haveria greve. Agora, só retornaremos ao trabalho quando nossas reivindicações forem atendidas", afirmou o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, em nota.
Na nota, o sindicato informa que o presidente da instituição entrou em contrato, ainda na noite de ontem, com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, pedindo que o governo intermedie as negociações. A entidade também pede ao Executivo que edite uma Medida Provisória (MP) garantindo a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores de empresas que recebem incentivos fiscais, como as montadoras.
Na sexta-feira, 13, 798 trabalhadores da unidade de São José da GM que estavam em lay-off desde o ano passado voltaram ao trabalho. O sindicato, nenhum deles, contudo, poderá ser incluído nos planos de demissão da GM até 7 de agosto, pois possuem garantia do emprego até essa data. Outros 100 funcionários da unidade de São Caetano do Sul (SP) entraram em lay-off em janeiro deste ano.
Proposta "deturpada"
Procurada pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a General Motors informou que não foi comunicada oficialmente pelo sindicato sobre a paralisação. A empresa afirma que a decisão causou "surpresa", pois a proposta apresentada pela montadora teria sido "deturpada" pelo sindicato. A empresa não especificou o que teria sido deturpado. "Em função disso, a GM tomará as medidas legais cabíveis", diz a empresa.
Essa é a segunda greve de metalúrgicos neste ano. Em janeiro, trabalhadores da fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP) paralisaram as atividades por 11 dias contra uma proposta da montadora de demitir 800 colaboradores da unidade. Os funcionários só retornaram ao trabalho após acordo com a direção da empresa, que revogou os cortes.