Trabalhadores da GM de São José do turno da tarde também entram em greve
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos explica que a greve é reação a uma proposta da montadora de demitir cerca de 800 funcionários da unidade após dois meses de lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), com previsão de início para os próximos 15 dias. De acordo com a entidade, a proposta foi apresentada durante reunião entre trabalhadores e representantes da empresa na noite dessa quinta-feira.
"Eles propuseram para nós ou aceitar o lay-off por dois meses e depois demitir ou demitir imediatamente", contou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
De acordo com o sindicato, a GM não divulgou uma lista com nomes de funcionários que seriam demitidos. Os trabalhadores prometem ficar de braços cruzados dentro da fábrica durante a greve e só voltar ao trabalho quando as demissões forem revogadas.
Segundo Macapá, a GM alega ter um excedente de 700 trabalhadores em São José. A empresa estendeu até esta sexta-feira um Programa de Demissão Voluntária (PDV) que deveria ter sido encerrado há uma semana, para tentar atrair os 798 trabalhadores da unidade que retornaram do lay-off na semana passada e que, por isso, possuem estabilidade no emprego até agosto. O PDV também se estende à unidade de São Caetano do Sul, onde 950 trabalhadores estão em lay-off.
O dirigente informou ainda que o sindicato entrou em contato, na noite de ontem, com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, pedindo que o governo intermedeie as negociações com a empresa. O ministro teria sugerido uma reunião na próxima sexta-feira, mas a reunião não chegou a ser marcada. O sindicato pediu também que o governo edite uma Medida Provisória garantindo a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores de empresas que recebem incentivos fiscais.