A inflação elevada e a alta menor da renda levaram os consumidores a pisar no freio no segundo semestre de 2014 em relação ao consumo, avaliou há pouco o técnico Roberto Saldanha, da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a receita nominal dos serviços prestados às famílias desacelerou entre julho e dezembro, encerrando o ano passado com alta de 9,2%. Em 2013, a receita nominal desse segmento havia subido 10,2%.

"A partir do segundo semestre de 2014, a desaceleração ocorreu, embora não no patamar igual ao setor de serviços como um todo", disse Saldanha. "As famílias estão num processo de contenção de consumo, principalmente em serviços de alojamento e alimentação fora de casa. São serviços cujo crescimento dos preços tem sido bem acima do índice geral. Isso tem provocado contenção de consumo. Além disso, a renda está crescendo menos", explicou.

O efeito defasado do aumento da taxa básica de juros, cujo ciclo entre abril de 2013 a abril de 2014 elevou a Selic em 3,75 pontos porcentuais, também contribuiu para a cautela dos consumidores, avaliou o técnico. Apesar disso, a atividade manteve um desempenho melhor do que os serviços como um todo, que apresentaram alta de 6,0% na receita nominal - sem descontar a inflação - no ano passado, o pior resultado em 12 meses de toda a série, iniciada em 2012.