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Preços administrados têm grande impacto na alta no IPC-S de janeiro, avalia FGV

12:40 | 02/02/2015
A alta de 1,73% do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de janeiro é a maior da série histórica da Fundação Getulio Vargas (FGV), que começou em 2003, confirmou nesta segunda-feira, 02, o coordenador do indicador, o economista Paulo Picchetti. Segundo ele, a aceleração da inflação entre dezembro e o primeiro mês de 2015 foi motivada principalmente pelos preços administrados. "Grande impacto são os administrados, o que não é surpreendente. Se somar o impacto do aumento de ônibus, energia, cigarros e cursos formais dá 0,85 ponto porcentual (sobre o resultado)", detalhou.

Não só o índice cheio apresentou a maior taxa dos últimos tempos, como também a medida de núcleos do IPC-S, que atingiu 0,79% em janeiro (ante 0,50%), sendo a mais elevada desde fevereiro de 2013. "Deu um salto. Por conta disso, o acumulado em 12 meses saiu de 6,87% para 7,66% e mostra que o aumento de preços está disseminado", analisou.

A inflação dos administrados praticamente dobrou de dezembro para o mês passado, de 1,67% para 4,67%, acumulando taxa de 17,49% em 12 meses finalizados em janeiro. O IPC-S, por sua vez, acumulou ganhos de 7,66% no período. "Realmente a correção do tarifaço, que já se fazia anunciar, está aqui concretizado e aparece numericamente muito claro", avaliou.

Além da já esperada influência de alta no IPC-S dos preços administrados e dos gastos com Educação, Picchetti ressaltou que a inflação de Serviços continua a não dar trégua. O grupo Serviços fechou janeiro com taxa de 3,13% (ante 1,31%), chegando a acumular 14,61% em 12 meses. "Para chegar ao resultado de 1,73% do índice, ainda falta muito. Os administrados não esgotam todo o comportamento da inflação do mês. Há outros preços que estão bem pressionados. Todo janeiro, Serviços vêm elevados, por causa de Educação. Mas estão bastante elevados também por conta de outros preços como de alimentação fora de casa, empregado doméstico e salão de beleza", exemplificou.

A ligeira desaceleração do grupo Alimentação de dezembro para janeiro, de 1,72% para 1,64%, é uma boa notícia, segundo Picchetti. No entanto, ele ponderou que a taxa acumulada em 12 meses do grupo ainda está bastante elevada, em 9,03% na comparação com 8,27%. "Ainda que tenha desacelerado, está alto", afirmou. Segundo o economista da FGV, os preços das hortaliças e legumes, além das carnes estão perdendo fôlego de alta, mas de forma bem gradual. "Tem que lembrar que essa desaceleração ainda tem um aumento forte por trás", disse. Em janeiro, as hortaliças e legumes tiveram variação de 13,32%, após 14,71%, enquanto as carnes bovinas tiveram 1,23% ante 2,54% em dezembro.

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