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Para Loyola, rebaixamento da Petrobras não é determinante para nota do País

13:40 | 25/02/2015
A perda de grau de investimento da Petrobras pela Moody's é mais um novo fator negativo, mas não determinante para a perda da nota soberana do País, avaliou o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada. Segundo ele, a perda do grau de investimento do Brasil depende muito mais do desenrolar do ajuste fiscal prometido pela nova equipe econômica. Se a situação fiscal se complicar mais, ele prevê que as agências podem rebaixar o Brasil antes do fim do ano.

"A nota do Brasil depende de uma série de outras questões. Evidentemente que a questão da Petrobras é outro fator, mas mais fundamental é o desenrolar, ao longo do ano, do programa de ajuste fiscal feito pelo ministro (da Fazenda) Joaquim Levy", afirmou. Loyola destacou que, além da questão isolada da Petrobras, todo o contexto político da operação Lava Jato e o efeito dela sobre o crescimento do País será levado em conta. "Tudo isso está hoje sob uma lupa muito grande dos investidores e das agências", disse.

O ex-presidente do BC avalia que a situação fiscal do País será acompanhada mês a mês. Se as contas públicas não melhorarem no curto prazo, sinalizando que a situação está mais complicada, "pode até haver uma decisão de rebaixamento antes do fim do ano". "A perda do investment grade pelo Tesouro vai depender hoje mais de um fracasso de não atingir a meta fiscal", prevê.

Para o economista, outras medidas de ajuste fiscal precisam ser anunciadas para conseguir cumprir o superávit de 1,2% do PIB em 2015. "Só com essas medidas que já foram anunciadas não dá. A arrecadação foi muito fraca, e o resultado do ano passado foi pior do que se imaginava. Então, o esforço tem que ser maior", afirmou.

Loyola destacou que, de alguma forma, o mercado externo já rebaixou o Brasil. Ele lembrou que o prêmio de risco medido pelo Credit Default Swaps (CDS) do Brasil já é de um país que não tem investment grade. "A percepção de risco já é bastante negativa, em função de vários fatores políticos e econômicos", ressaltou.

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