Moody�s vai reavaliar o rating da Petrobrás até o fim do mês
"Os desdobramentos ligados à Petrobrás estão se tornando crescentemente relevantes", disse Leos. Para ele, há uma "interconectividade" alta da petroleira com a economia, ou seja, uma piora na empresa pode afetar a atividade do PaÃs, com consequente impacto na nota da dÃvida do Brasil.
Para 2015, Leos ressaltou que as previsões para o Brasil não são nada animadoras, variando de estabilidade a queda de 1% no Produto Interno Bruto (PIB). "A Petrobrás complica a situação em todos os aspectos", afirmou. Os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato podem levar à contração da economia mais para perto de 1% este ano ou mesmo um nÃvel pior, destacou Leos.
Até o fim do mês os analistas da MoodyÂ?s vão avaliar a situação da Petrobrás e decidir se a nota será rebaixada. Como vai ficar a questão do endividamento da empresa e em que medida ela pode precisar de apoio do governo e a disposição de BrasÃlia em dar suporte financeiro estão entre os pontos que serão discutidos. No fim de janeiro, a MoodyÂ?s anunciou um corte da nota de crédito da empresa.
PaÃs
A MoodyÂ?s deve se reunir no meio do ano para avaliar a economia brasileira, mas tem até o inÃcio de 2016 para decidir se rebaixa o rating soberano do PaÃs, de acordo com Leos.
Em setembro de 2014, a MoodyÂ?s mudou a perspectiva do rating brasileiro para negativa, indicando que a nota poderia ser rebaixada. Leos explicou que a decisão sobre o corte pode ocorrer de 12 meses a 18 meses após a mudança da perspectiva, ou seja, até o inÃcio de 2016. Mesmo se for rebaixado, o PaÃs continua na classificação de "grau de investimento"- considerada segura pelos investidores.
A decisão da Moody�s, segundo Leos, foi esperar para ver o que aconteceria com o Brasil após as eleições, por isso optou por fazer a mudança da perspectiva da nota e não do rating em si. A escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda foi uma surpresa "claramente positiva". "Quando mudamos a perspectiva do rating para negativa não estávamos pensando em alguém como ele."
O problema é que em seguida veio o escândalo gerado pelas denúncias de corrupção na Petrobrás, que têm impacto negativo e podem contaminar a economia, avaliou Leos. Com base em previsões do governo e estimativas da agência para 2018, Leos prevê que o crescimento continuará baixo, ao redor de 2% na média entre 2015 e 2018, ante 2,9% entre 1999 e 2014. Já a dÃvida bruta do governo vai aumentar de 57% para 62% do PIB, enquanto o saldo primário se reduz de uma média de 3,2% para 1,9% do PIB.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.