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Fipe eleva projeção do IPC de 2015 de 4,99% para 5,30%

13:20 | 03/02/2015
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, elevou nesta terça-feira, 3, a projeção para a inflação de 2015 na capital paulista. De acordo com ele, a estimativa foi revista de 4,99% para 5,30% por causa de novas pressões relacionadas à tarifa de energia elétrica e aos combustíveis, que devem ser captadas pelo indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ao longo do ano.

No caso da energia elétrica, Chagas destacou que as pressões novas estão vinculadas não somente ao modelo de bandeiras tarifárias, que já afetou o IPC no fim de janeiro, mas também a uma definição, por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de uma incidência mais alta para PIS/Cofins nas contas da Eletropaulo em fevereiro. "Será a maior desde 2005, quando começamos a incorporar este impacto ao IPC", comentou, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na sede da Fipe.

Quanto aos combustíveis, a pressão está ligada a incorporação da volta da Cide aos preços da gasolina, bem com o aumento da incidência de PIS/Cofins para o combustível. "Não estamos colocando na projeção eventuais impactos relacionados à questão da água", ressaltou Chagas, referindo-se ao atual momento de crise hídrica em São Paulo.

Em 2014, a taxa do IPC-Fipe foi de 5,20%. Nos últimos 12 meses até janeiro de 2015, a taxa ficou no nível de 5,91%. Em janeiro de 2015, o IPC registrou taxa de 1,62%. Foi o resultado mensal mais expressivo para a cidade de São Paulo desde janeiro de 2003, quando o indicador geral do período, ainda pressionado pelos impactos da forte valorização do dólar ante o real naquela ocasião, alcançou a marca de 2,19%.

Para fevereiro, Chagas espera uma taxa mensal de 1,04%. Segundo ele, o mês será marcado por uma alta menor de Alimentação e um avanço maior de Habitação, em relação a fevereiro. Ele previu variações positivas de 0,64% para o primeiro grupo e de 1,41% para o segundo.

Em janeiro, o grupo Alimentação avançou 1,57% (ante 0,47% de dezembro) e teve importante participação na taxa geral: de 0,36 ponto porcentual. Só perdeu para o grupo Transportes, que apresentou alta de 4,15% (ante elevação de 0,31% em dezembro) e contribuiu com 0,72 ponto porcentual de todo o IPC de 1,62%. No caso da Habitação, que subiu 0,41% em janeiro ante queda de 0,09% em dezembro, a contribuição para o IPC foi de 0,13 ponto porcentual.

Chagas ressaltou que há ainda muito caminho até o fim do ano, mas reconheceu que o ambiente atual é inflacionário. Destacou, porém, que espera que os efeitos defasados da política monetária mais agressiva do governo federal tenham influência sobre a inflação no decorrer de 2015.

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