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Fipe eleva previsão para IPC de fevereiro

12:20 | 19/02/2015
A alta mais acentuada que a esperada nos grupos Alimentação e Transportes na segunda leitura de fevereiro fez o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, elevar a projeção para o dado fechado do mês. A expectativa do economista é que o IPC encerre fevereiro em 1,14%, na comparação com previsão anterior de 1,10%. "Esperamos uma alta maior em Alimentação, principalmente por causa de legumes e verduras, e também em Transportes, devido à pressão nos preços do etanol", argumentou.

Na segunda medição do mês, o IPC - que mede a inflação na capital paulista - atingiu 1,57% ante 1,78% na primeira. O resultado ficou fora do intervalo das expectativas do AE Projeções, que ia de 1,60% a 1,85% (mediana de 1,65%). Já os grupos Alimentação e Transportes tiveram taxas de 0,89% e 4,19%, respectivamente. Os dados vieram maiores que o aguardado pela Fipe, que eram de 0,80% (Alimentação) e 4,03% (Transportes).

A despeito dos alimentos in natura terem desacelerado na segunda quadrissemana (últimos 30 dias terminados no domingo, 15) ante a leitura passada, ficando em 5,10% de 6,08%, ainda seguem bastante pressionados, especialmente por causa do encarecimento de legumes e verduras. "Os in natura são sempre os mais difíceis de prever. Já esperávamos alta em legumes e verduras, mas veio mais intensa. Pode ser que ainda estejam refletindo o período anterior de falta de chuva", analisou André Chagas.

Enquanto as variações de verduras e legumes, pela ordem, foram de 15,39% e 11,68%, a Fipe estimava variações de 13,15% e 8,56%, respectivamente. Dentre as verduras, houve aumento perto de 23% no preço da alface e, no caso do legumes, o destaque foi o chuchu, que subiu quase 80% na segunda leitura de fevereiro. "A sinalização é de novas pressões. No entanto, pode ser que as chuvas recentes tragam algum alívio, a depender do ciclo de cada cultura", ponderou.

Já a perspectiva de queda nos subgrupo das carnes deve se contrapor à pressão maior esperada de alguns alimentos in natura, disse Chagas. Na segunda quadrissemana, as carnes bovinas diminuíram o ritmo de alta para 0,28%, enquanto as suínas cederam 3,65%. "Os números sugerem que não há mais fôlego para mais aumento nas carnes nas próximas semanas. Pode caminhar para uma estabilização ou até mesmo queda. É um bom sinal, pois estavam mostrando altas fortes", avaliou.

Na direção oposta, o coordenador do IPC destacou que os preços dos pescados e dos ovos já estão mais pressionados, por conta da demanda maior por parte de alguns consumidores por causa da Quaresma - período de 40 dias que antecede a Páscoa e quando muitos católicos abdicam de comer carne. Na segunda leitura do mês, o preço do pescado avançou 2,32%, enquanto o de ovos subiu 2,62%. "Provavelmente tem a ver com essa preferência de uma parcela dos consumidores para pescados a carnes", estimou.

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