Engenheiro da Petrobras cita represália e pressão
Segundo o engenheiro, em uma licitação para ampliação da casa de força da refinaria, em 2007, o menor lance dado pelas empresas convidadas para o certame foi de R$ 919 milhões, muito acima da previsão inicial de R$ 506 milhões estimados pela área técnica da Petrobras, o que motivou o cancelamento da licitação na época.
Ao mencionar que iria adotar essa medida, contudo, ele disse que foi procurado pelo funcionário do Serviço de Engenharia da estatal (Segen, que faz as estimativas de preços das licitações da Petrobrás) Fernando de Almeida Biato, e pelo seu chefe direto na refinaria, Jairo Luiz Bonet. Na ocasião, ambos falaram para ele não cancelar o certame e negociar com as empresas, sugestão que não foi acatada por Kalil Horta, que cancelou a licitação e realizou outra, vencida por um preço dentro da estimativa inicial da área técnica da Petrobras. Segundo Kalil Horta, foram feitas outras licitações a preços muito mais elevados.
O depoimento de Kalil Horta foi dado em 14 de janeiro, em um dos inquéritos da Lava Jato conduzido pela Polícia Federal que apura o esquema de desvios e lavagem de dinheiro que se instalou na Petrobrás. (Mateus Coutinho)