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Anefac avalia que poupança vai sofrer com inflação, Selic maior e renda menor

16:30 | 05/02/2015
O resgate líquido de R$ 5,5 bilhões da poupança em janeiro é o primeiro sinal de como a caderneta vai "sofrer" este ano, na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. "Essa retirada já era esperada e, daqui para a frente, a gente vai continuar a ver números negativos", previu o economista. "A poupança vai sofrer em 2015. Este ano será muito difícil para as famílias", acrescentou. Nesta quinta-feira, 05, o Banco Central informou que os depósitos nessa aplicação somaram R$ 147,467 bilhões no primeiro mês de 2015, enquanto as retiradas totalizaram R$ 152,996 bilhões.

O primeiro golpe nesse tipo de investimento é a atual fase de aperto monetário. Em janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou o juro básico da economia, a Selic, para 12,25% ao ano e a perspectiva é de que um novo aumento virá no mês que vem. "Isso faz com que as pessoas prefiram aplicar seu dinheiro em fundos, já que, com os juros mais altos, eles acabam rendendo mais", disse Oliveira.

O presidente da Anefac lembrou que o ambiente econômico também proporciona maiores dificuldades para a economia das famílias, já que a inflação está em alta. Amanhã, o IBGE divulga o IPCA de janeiro e a previsão de especialistas é de uma taxa superior a 1%. "A inflação alta corrói a renda do trabalhador", considerou o economista. Além disso, de acordo com ele, os recentes anúncios de aumento de preços, como de energia elétrica e combustíveis, vão continuar diminuindo o poder de compra da população. Não apenas em relação ao consumo desses itens especificamente, mas também de outros bens que são impactados por essa elevação, avaliou Oliveira.

Oliveira salientou que o reajuste do preço do diesel, por exemplo, afeta diretamente o custo do frete, elevando o preço de todos os produtos que são deslocados pelo País, porque o natural é que a indústria repasse esse aumento de custo. "Feijão, arroz. Tudo vai subir", citou.

O economista mencionou ainda que a restrição de crédito também é um dos vilões da formação de poupança. Muitas famílias estão endividadas, lembrou, e o resgate da caderneta pode estar relacionado também à necessidade de honrar compromissos financeiros. "Isso, sem contar as pessoas que resgataram esses recursos para complementar seus orçamentos", considerou. "O grande problema é o aumento seguido de preços frente a uma renda que não cresce", finalizou.

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