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Abrace: fim de subsídios ao setor elétrico sobrecarregará indústria

11:40 | 23/02/2015
O presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, disse nesta segunda-feira, 23, que o fim dos repasses do Tesouro para cobrir os subsídios do setor elétrico e a consequente transferência desses custos para as contas de luz sobrecarregará a indústria brasileira em R$ 6 bilhões por ano. Por isso, a associação negocia com o governo uma mudança na lei que passou para os consumidores a responsabilidade por bancar os programas sociais do setor.

"O impacto da energia no PIB é quinze vezes maior quando o custo adicional da eletricidade não é alocado na produção. Mas ultimamente a indústria tem sido a maior penalizada. Os subsídios que eram arcados pelo governo voltaram para as contas de luz em um rateio desfavorável para a indústria", disse Pedrosa após encontro com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, nesta manhã.

De acordo com a Abrace, ainda que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já tenha reconhecido esse problema, o órgão regulador não pode fazer nada para minimizar os impactos para a indústria. "Pedimos pelo menos um decreto que possa reequilibrar este custo".

Apesar do problema, de acordo com Pedrosa, a reunião no Planejamento abordou apenas as perspectivas de médio e longo prazo para o mercado de gás natural no País. A Abrace defende que a ampliação e o estímulo ao gás natural podem ser um dos motores para que o País retome os investimentos.

"O gás natural é um dos elementos para a eficiência energética no longo prazo. Por isso, defendemos a continuação dos leilões anuais de gás, o livre acesso à malha de transporte e a continuidades dos estudos para exploração de gás não convencional shale gas em terra", afirmou. Estudos da Abrace apresentados a Barbosa estimam que o mercado de gás competitivo pode representar acréscimo de 1,5 ponto porcentual na taxa de investimento do País ao longo do tempo. "Hoje, o Brasil investe 17% do PIB, mas, com o gás competitivo, essa taxa pode subir para 18,5%, no médio prazo, e chegar a 21%, no longo prazo. O gás natural proveniente do regime de partilha no pré-sal poderia ser alinhado a essa estratégia", acrescentou.

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