O presidente do Solidariedade, deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, afirmou nesta terça-feira, 27, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que na segunda-feira que vem, 2, no início dos trabalhos do Congresso Nacional, irá apresentar emendas parlamentares com o objetivo de tentar "derrubar o pacote de maldades" da presidente Dilma Rousseff, fazendo referência à Medida Provisória que altera regras para benefícios trabalhistas. Paulinho disse que já tem conversado com lideranças da Câmara e do Senado e que o bloco formado por SD, PSB, PV e PPS, aliado a legendas da oposição, como PSDB e DEM, terá força para pressionar o governo a voltar atrás nas medidas que afetam a classe trabalhadora. "Acredito que até mesmo parlamentares do PT terão dificuldade em votar contra os trabalhadores", disse.

Antes da ação no parlamento, Paulinho, presidente licenciado da Força Sindical, e dirigentes das maiores entidades sindicais do País, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao partido da presidente da República, o PT, realizam amanhã, 28, em vários pontos do País, protestos no Dia Nacional de Lutas em Defesa dos Direitos e do Emprego. "Temos uma agenda de lutas em favor da classe trabalhadora, que se inicia amanhã com esse protesto e se estende pela semana que vem com ações no Congresso Nacional", reiterou. Na sua avaliação, é preciso revogar as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, anunciadas pelo governo Dilma no final do ano e que modificam as regras sobre pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego, entre outras.

Paulinho disse que a expectativa para o ato de amanhã em São Paulo, que começa às 9 horas no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, é reunir cerca de dez mil pessoas para protestarem contra "o pacote de maldades de Dilma". Na opinião do presidente do Solidariedade, o ano de 2015 será muito difícil para todos, principalmente para a classe trabalhadora, com crise na economia, recessão, desemprego e problemas hídricos e de energia. "Teremos um dos mais difíceis períodos dos últimos 30 anos", destacou. Além das MPs 664 e 665, Paulinho criticou também o veto de Dilma à proposta aprovada no Congresso que reajustava a tabela do Imposto de Renda em 6,5% e a elevação da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central, para 12,25% ao ano.

Os dirigentes sindicais garantem que os protestos não ficarão restritos a amanhã. "O conteúdo do pacote reproduz a agenda econômica derrotada pelo povo brasileiro no processo eleitoral", critica o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. "Essas medidas prejudicam os trabalhadores e não vamos aceitá-las", diz o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. "Vamos mobilizar a classe trabalhadora até que o governo revogue as medidas", reitera o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Estão previstas também manifestações conjuntas no Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza e Porto Alegre, entre outras cidades.