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Medidas são bem recebidas no BIS, mas estrangeiros dizem que mercado está cético

16:10 | 18/01/2015
As medidas anunciadas recentemente pela equipe econômica brasileira foram bem recebidas por participantes da reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). Representantes de bancos centrais estrangeiros advertiram, porém, que o mercado financeiro ainda demonstra ceticismo com iniciativas como o corte no Orçamento e a mudança no seguro-desemprego. Por isso, há sensação de que deve ser feito um trabalho de "convencimento" com investidores.

Um dos participantes da reunião do BIS disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o Brasil foi um dos temas do debate sobre a evolução da economia global. Durante o encontro, a delegação brasileira apresentou as medidas anunciadas pela nova equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. No geral, prevaleceu a avaliação positiva. Nomeadamente, o corte no Orçamento, a mudança na concessão de pensões e seguro-desemprego e o aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) foram "bem recebidos".

O tema fiscal tem dominado os debates recentes sobre o Brasil em vários fóruns internacionais. Em Basileia, não é diferente. Após meses de deterioração na percepção sobre o que acontecia no Brasil, o quadro parece que, pelo menos, parou de piorar com a chegada de Joaquim Levy ao governo. Na avaliação dos presentes na reunião de dois dias do BIS, as medidas anunciadas nos últimos dias sinalizam correção e apontam para a direção correta.

Ceticismo

A avaliação positiva, porém, não é compartilhada pelo mercado financeiro. No BIS, representantes estrangeiros advertiram que investidores internacionais "ainda estão céticos" sobre as medidas. Por isso, ficou a percepção entre os presentes de que há um trabalho a ser feito e o governo brasileiro precisa realizar esforço de "convencimento" entre investidores internacionais. Para o participante, o mercado ainda "não comprou" o plano anunciado por Levy.

Essa percepção foi compartilhada com a delegação brasileira liderada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, a poucos dias do Fórum Econômico Mundial em Davos, evento que reúne grandes líderes mundiais do setor.

Analistas internacionais têm afirmado que as medidas anunciadas por Joaquim Levy são positivas, mas defendem que é preciso deixar o discurso e partir para a ação. Além disso, há cautela sobre a capacidade do governo de executar as medidas, já que Dilma pode ter dificuldades para aprovar temas polêmicos no Congresso. Aliás, muitos parlamentares já demonstraram contrariedade com medidas impopulares como o aperto na concessão do seguro-desemprego e mudança nas pensões por morte.

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