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Eles querem ficar na areia

01:30 | 21/01/2015
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Praia bonita no Ceará não falta. E para aproveitar a paisagem, muitas construtoras preferem construir à beira do mar, que, além de valorizar o produto, também exige cuidados maiores na construção. Mas os custos, garantem os engenheiros, não são tão altos assim, chegando a encarecer cerca de 15% apenas na estrutura do empreendimento.


Como as obras são em região de praia deve ser respeitado o limite de 33 metros de distância da maré cheia para a construção. “Lógico que nas obras urbanas também existem limites listados pelo código de obras e posturas de cada município, mas como ficamos próximo a áreas de proteção ambiental, estamos sempre recebendo fiscalização de funcionários do Ibama para saber se estamos cumprindo as normas”, explica Alessandro Albuquerque, engenheiro civil residente da Magis Incorporações e um dos responsáveis pela obra do Wai Wai Cumbuco EcoResidence.


As construtoras também devem observar o recobrimento do aço, que deve ser maior para evitar que o material se deteriore com a incidência da maresia. “Tenho que usar mais cimento em obras na praia para cobrir o aço e prever essa quantidade desde o projeto. Temos o cuidado de usar espaçadores para garantir que essa camada de concreto fique, na prática, da espessura que foi projetada. Então, você acaba tendo estruturas mais robustas”, enfatiza o coordenador técnico da Construtora Colmeia, Walmir Esmeraldo.


Em relação ao aço, ele acrescenta que na obra do Living Resort, na Praia do Futuro, eles não estocam material para não deixá-lo submetido à maresia. “Pedimos aço que vamos utilizar no mês para não ficar estoque na obra, porque já inicia o processo de oxidação”, explica.


O diretor comercial da Diagonal Engenharia, João Ximenes, diz que a empresa tem experiência no assunto de construção em área de praia. “Cerca de 70% dos empreendimentos da Beira Mar nós quem construímos”. Portanto, no empreendimento VG Sun, no Cumbuco, Ximenes já sabe do cuidado em usar pintura eletrostática nas partes de ferro e utilizar cadeiras de alumínio. Tudo para evitar a maresia.


Segundo Albuquerque, os dispositivos elétricos também devem ser protegidos em obras na praia. “As tomadas são feitas de materiais especiais, normalmente mais nobres, inoxidáveis”, diz. Ele acrescenta que as estruturas metálicas devem ser galvanizadas, o que, em relação ao aço comum, “são 25% mais caras”.


Por último, Esmeraldo diz que deve-se ter cuidado na hora de executar a fachada, para evitar que o sal fique impregnado entre o porcelanato e a alvenaria. “Tem que lavar bem toda a superfície, mais que em obras longe do mar, para evitar que o sal penetre no concreto e possa alcançar as estruturas metálicas”, complementa.


SAIBA MAIS

PECULIARIDADES DE OBRA NA PRAIA

 

ESTRUTURA do empreendimento fica 15% mais cara


DEVE SER respeitado o limite de 33 metros da maré cheia para se construir


AS FISCALIZAÇÕES ambientais são mais rigorosas


USA-SE MAIS cimento para recobrir a estrutura de aço da obra


ACABA-SE tendo estruturas mais robustas


NÃO SE ESTOCA material na obra para não deixá-los submetidos à maresia


UTILIZA-SE PINTURA eletrostática nas partes de ferro


OS DISPOSITIVOS elétricos devem ser protegidos com materiais inoxidáveis


UTILIZAR ESTRUTURAS galvanizadas também protege da maresia, mas esse aço é 25% mais caro que o comum


NAS OBRAS NA PRAIA, deve-se lavar bem o concreto antes de aplicar a fachada para que o sal não penetre no concreto e acabe chegando à estrutura de aço do empreendimento

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