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Consórcio TE-AG demite 600 trabalhadores no Comperj

18:50 | 13/01/2015
A onda de demissões no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), atingiu nesta terça-feira, 13, os operários do consórcio TE-AG, formado pelas empresas Techint e Andrade Gutierrez. Ao todo, 600 trabalhadores foram dispensados após uma assembleia realizada com todos os trabalhadores do grupo. Desde a última semana, cerca de 900 trabalhadores já foram demitidos e os consórcios que compõem o projeto ainda planejam demitir pelo menos mais 1.600 funcionários.

As demissões estariam relacionadas à dificuldade de receber pagamentos da Petrobras relacionados a aditivos contratuais. Segundo um funcionário presente à assembleia, as demissões foram justificadas pelo consórcio como "em função da situação da Petrobras". O funcionário afirmou ainda que "outras empresas e consórcios também estão sem receber" recursos.

A estatal nega que tenha débitos em contratos do Comperj. Em nota, a Petrobras informou que "está em dia com suas obrigações contratuais" e que os "pagamentos de seus compromissos reconhecidos com as empresas que atuam no Comperj foram realizados com os prazos estabelecidos contratualmente".

O consórcio, por meio da Andrade Gutierrez, informou que "o fluxo de contratações e desligamentos do consórcio TE-AG segue o andamento normal previsto no cronograma proposto pelo cliente".

Os trabalhadores do consórcio foram surpreendidos com a notícia de que haveria uma reunião em um sítio próximo ao Comperj. No local, executivos do consórcio formalizaram as demissões, que atingiram operários de montagem, técnicos de construção civil, ajudantes e também supervisores. Cerca de 300 funcionários ainda permanecem na empresa.

Na última semana, trabalhadores do consórcio CPPR formado por Odebrecht, Mendes Junior e UTC demitiu 236 pessoas. Até o final do mês, serão mais 1.600 segundo o consórcio. As empresas informaram que as demissões atendem ao cronograma do projeto, que atingiu 92% de avanço.

Paralisação

Hoje, o acesso ao Comperj foi novamente bloqueado por trabalhadores da empresa Alumini. Ao todo, 2,9 mil trabalhadores estão sem receber desde dezembro, quando a empresa teve as contas bloqueadas por uma decisão judicial em Pernambuco, em função das demissões de 4 mil funcionários da Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

No acesso ao Comperj, o policiamento foi reforçado para evitar o bloqueio. A Petrobras tem recorrido à escolta para conseguir transportar seus funcionários ao canteiro de obras. A situação se repete desde a última quinta-feira, quando foram iniciados os protestos.

Um grupo de empresas alertou hoje para o risco de uma quebra de compromissos com diversos fornecedores em função das constantes paralisações e bloqueios do canteiro de obras. As empresas e consórcios questionam a atuação da Petrobras no caso e dizem que já acumulam prejuízos que podem levar a um "desequilíbrio financeiro" dos contratos em função da parada na produção. As empresas alegam que os dias parados não são ressarcidos pela estatal.

Em nota, a Petrobras informou que "é das empresas contratadas a responsabilidade de honrar com os contratos por elas celebrados". A estatal informou também que "não é parte das relações trabalhistas" entre as empresas e seus funcionários mas que "acompanha as negociações e espera um desfecho adequado para ambas as partes".

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