FGV mantém projeção de 0,70% para o IPC-S de dezembro
"Se pegarmos os itens que mais contribuíram para a aceleração na primeira quadrissemana, temos basicamente a energia elétrica, a batata-inglesa e a gasolina", comentou Picchetti. "A vantagem é que todos eles estão desacelerando na ponta", adiantou.
Conforme a FGV, o item Tarifa de Eletricidade Residencial subiu 4,46% na primeira quadrissemana de dezembro (ante 3,73% no fim de novembro) e liderou o ranking de pressões de alta do começo do mês atual. Foi seguido pelos aumentos da batata inglesa (52,30% ante 58,80%) e da gasolina (2,33% ante 1,90%).
Segundo Picchetti, a soma do avanço de todos estes itens representou 0,06 ponto porcentual da aceleração de 0,12 ponto porcentual do IPC-S. "Na ponta, a batata já está com uma alta inferior a 20%", comentou. "O mesmo movimento vale para gasolina e eletricidade e, com isso, deve haver algum recuo (desaceleração) na inflação até o fim do mês", destacou.
Para o coordenador do IPC-S, o grande vilão da inflação atualmente é o segmento de Carnes Bovinas, cuja alta foi de 3,76% na primeira quadrissemana de dezembro ante elevação de 3,05% no encerramento de novembro. Somado ao avanço observado no segmento de Hortaliças e Legumes (13,12% ante 10,67%), este comportamento foi fundamental para que a Alimentação tivesse um avanço de 0,88% no começo do mês atual ante variação positiva de 0,65% do término do mês anterior.
Na avaliação de Picchetti, a esperança mesmo em relação ao comportamento do IPC-S no decorrer do mês está ligada aos itens citados na ponta, já que a carne não indica que terá algum arrefecimento. "Eu não acredito que a carne reverta o quadro até fim do mês", disse.
Fora da Alimentação, o grupo Habitação, do qual faz parte a energia elétrica, e o grupo Transportes, que contém a gasolina, são os outros coadjuvantes de destaque. No primeiro, a alta passou de 0,83% para 0,89% entre o fim de novembro e o começo de dezembro. No segundo, o avanço passou de 0,62% para 0,74%.
A despeito de acreditar na desaceleração do IPC-S para o nível de 0,70% no encerramento de dezembro, Picchetti salientou que o cenário atual de inflação está bem longe do considerado ideal. "Confirmada essa projeção, o ano fecharia em 6,8%", lamentou.
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