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Empregados do Petros são orientados a guardar documentos e mensagens, diz jornal

09:30 | Dez. 31, 2014
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As investigações do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras ganharam um novo capítulo: os funcionários da Petros, o segundo maior fundo de pensão do País, da BR Distribuidora e da Transpetro, não poderão apagar nenhum documento, arquivo e mensagem, como e-mails, textos de SMS e até de Whatsapp, relata o jornal O Globo. O objetivo da iniciativa é colaborar na auditoria interna que começa a ser realizada para avaliar se o desvio de verbas que atingiu a maior empresa do País também teve ramificações especialmente na Petros, como suspeitam investigadores que participam da Operação Lava Jato, deflagrada em março pela Polícia Federal. Os trabalhos de apuração jurídica estão sendo dirigidos pelos escritórios Gibson, Dunn & Crutcher LLP e Trench, Rossi e Watanabe advogados.

De acordo com a reportagem, um e-mail enviado aos funcionários da Petros passa orientações explícitas para que não destruam qualquer tipo de documento. Segundo o comunicado, as informações deverão ser mantidas intactas sem limites de conteúdo ou forma, dentro de computadores de mesa, laptops, telefones celulares, pen drives, disquetes e dispositivos de armazenamento de dados em nuvem. "Você deverá preservar tais documentos, dados ou arquivos, independente de sua localização, incluindo arquivos que estejam armazenados ou guardados fisicamente nos escritórios ou instalações da Petros, em arquivos externos, em sua residência ou em qualquer outro lugar", destaca a mensagem. O fundo de pensão representa cerca de 150 mil participantes e administra um patrimônio de R$ 79 bilhões, atrás apenas da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que gerencia um total de R$ 174 bilhões.

O e-mail ressalta que 65 tipos de documentos deverão ser preservados por tempo "indeterminado", o que inclui mensagens de Whatsapp, anotações, calendários, telegramas, fax, fotografias e materiais de pesquisa.

Controle - De acordo com o Globo, na sexta-feira passada, 26, o conselho deliberativo da Petros aprovou de forma unânime a inclusão do fundo de pensão como um dos focos da auditoria externa contratada pela Petrobras para investigar em detalhes suas contas.

Apesar de a Petrobras ser a patrocinadora da Petros, a presidente da estatal desde 2012, Graça Foster, não conseguiu determinar os rumos do fundo de pensão. Segundo a reportagem, desde o início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, a diretoria da entidade de previdência complementar é controlada por integrantes do Partido dos Trabalhadores que atuavam na Federação Única dos Petroleiros e no sindicato dos bancários de São Paulo.

A Polícia Federal suspeita que a lavagem de dinheiro promovida pelo doleiro Alberto Youssef, investigado na operação Lava-Jato, também atuou em fundos de pensão de estatais. Há dois meses, o advogado Carlos Alberto Pereira Costa, um dos assessores de Youssef, afirmou em depoimento que dirigentes da Petros receberam verbas do esquema de corrupção. Ele destacou o nome do ex-gerente de novos negócios da entidade Humberto Grault de Lima, que atuou numa administradora de recursos vinculada ao banco BVA responsável por operações nas quais foram registradas perdas financeiras de fundos de pensão.

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