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Bom e velho apartamentão

01:30 | Dez. 10, 2014
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Entre tantos lançamentos imobiliários compactos na Capital, há quem prefira investir em algo, digamos, mais tradicional. Aqueles apartamentos mais antigos atraem o público que necessita de mais espaço e acaba, em muitos casos, ganhando também em preços e boa localização.


“Há uma leva de pessoas que estão fazendo o caminho inverso, cansados de apartamentos pequenos”, avalia o corretor de imóveis Edilson Barbosa. “São pessoas que decidiram aumentar as famílias e fica mais difícil receber”, cita. A gerente administrativa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Maria Lúcia Forti, também exemplifica: “Esses apartamentos muitas vezes são verdadeiras casas, para quem não gosta de ficar enclausurada em compactos”.


O fotógrafo Humberto Mota, 20, mora com a mãe e a avó em um desses exemplares espaçosos, no Meireles. “O ponto principal é a varanda. Nos apartamentos mais novos, ou não tem, ou é muito apertada. A daqui é bem espaçosa”, afirma. O prédio, entregue em 1977, possui quatro blocos de três andares, sendo dois apartamentos por andar.

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“O que mudou, de uns tempos pra cá, é que eu perdi boa parte da visão do céu. Subiram três prédios enormes e tamparam a visão do meu humilde”, comenta. “Não mudaria para um compacto, a não ser que fosse o jeito, quando for impossível para minha avó subir as escadas”, diz.


A família de Humberto desembolsa R$ 550 para o pagamento da taxa condominial. A gerente do Creci-CE destaca o valor do condomínio com uma das desvantagens, o que acontece por ter menos unidades empreendimento.


O número de vagas na garagem e a falta de infraestrutura são outros pontos. “Não tem área comum”, diz Humberto. E mesmo assim a mudança não aparenta estar no plano dos vizinhos, já que nenhum apartamento está à venda. “Existe público e procura”, comenta Maria Lúcia.


Reforma

Os problemas provocados pelo tempo também estão entre os pontos negativos. Edilson garante que a maioria dos apartamentos maiores necessita de reforma. “Ocorre de ter problema com rede e instalações hidráulicas, elétricas, requerendo nova fiação, entre outras situações”, descreve. Ou seja, quem opta pela mudança deve ficar ciente e preparado.

 

Ele estima que o gasto com reforma costuma variar entre 30% e 40% do valor do imóvel, ou até mais. “Um exemplo: o cliente, ao invés de comprar um pequeno novo por R$ 800 mil novo, paga R$ 500 mil no velho e reforma com R$ 300 mil. Quem vai comprar um apartamento usado e grande sabe que vai usar um bom dinheiro”, diz.


Aldeota, Meireles, Dionísio Torres e Varjota são os bairros onde mais se percebe essa tendência. “Pode ser que aconteça em outros, mas em grau menor”, comenta Edilson. (Viviane Sobral)

 

ATENÇÃO


UM PANORAMA DOS GRANDÕES


TAMANHO

O principal dos destaques costuma ser a área que o imóvel dispõe. Ambientes amplos, cômodos maiores. Quem almeja espaço interno deve considerar. Por outro lado, é bem possível que falte infraestrutura no condomínio. Fique de olho também na vaga de garagem.


LOCALIZAÇÃO

A oferta desses exemplares costuma ser ampla em bairros mais bem localizados. Aldeota, Meireles e Dionísio Torres apresentam opções.


PREÇO

Especialistas avaliam que esses imóveis habitualmente custam menos. É importante, entretanto, atentar para o histórico: se há dívidas, processos na justiça ou algum problema que dificulte o processo de aquisição.

REFORMAS

O tempo traz desgastes ao imóvel. Mesmo com materiais de qualidade e solidez, é quase regra que a reforma será necessária. Considere que vai levar dinheiro e tempo para deixar o imóvel do seu jeito.

 

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