Banco chinês negocia compra de operações globais do BESI
"As negociações envolvem todos os ativos do BESI. O valor da operação (de 400 milhões de euros) está bem abaixo do valor patrimonial do banco, de 650 milhões de euros", afirmou a fonte. A transação ainda depende da aprovação de reguladores do mercado português.
"Espero que as negociações sigam adiante. Se não houvesse um comprador para o BESI, os ativos iriam ser vendidos junto com o Novo Banco em um outro momento que talvez não fosse o mais adequado", afirmou a fonte ao Estado.
Com a aquisição do maior banco de investimento português, o Haitong International Securities Group vai reforçar a sua presença internacional com a entrada em mercados onde o BESI atua. Atualmente, o Haitong, que opera no setor financeiro, está presente em Hong Kong e Cingapura. Fundado em Hong Kong em 1973, o Haitong International Securities Group é uma das principais firmas chinesas na área dos serviços financeiros, com 4,6 milhões de clientes no varejo e 12 mil institucionais, com operação em 30 províncias chinesas.
No Brasil, o BESI fez um acordo em setembro com o Brasil Plural, que assumiu as carteiras de gestão de recursos de terceiros ("asset management") e de fortunas ("wealth management") da instituição financeira. Essas duas divisões reúnem atualmente patrimônio de cerca de R$ 1,5 bilhão, sendo a maior parte, R$ 900 milhões, em gestão de fortunas, e os restantes R$ 600 milhões em gestão de recursos de terceiros.
O BESI Brasil foi criado operacionalmente em 2001, resultante da venda do Banco Boa Vista ao Bradesco, que àquela época tinha como acionistas o BES, com 40%, o Credit Agricole, com outros 40%, e o grupo Monteiro Aranha, com 20%. Com a transação, o BES decidiu criar um banco de investimento no País, o BESI Brasil, controlado pelo BESI de Portugal, com 80%, e Bradesco, com 20%.
Crise
Com a crise do Grupo Espírito Santo (GES), que pertence a uma das famílias mais ricas de Portugal, outros ativos não financeiros da companhia, sob o guarda-chuva da Rioforte, foram colocados à venda. Além da rede de Hotéis Tivoli, estão sendo negociados empreendimentos imobiliários em Portugal e no Brasil (como o Quinta da Baroneza, no interior de São Paulo), fazendas agrícolas de laranja, limão e eucaliptos, também em território paulista, e de arroz e soja no Tocantins, além de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
De acordo com fontes a par do assunto, já há interessados nas fazendas paulistas, avaliadas em R$ 150 milhões, e nas PCHs. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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