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Cristiano Souza defende plano de recuperação fiscal

12:30 | Nov. 14, 2014
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O economista do banco Santander Cristiano Souza defendeu nesta sexta-feira, 14, que um ajuste fiscal deve ser a prioridade da presidente Dilma Rousseff no segundo mandato. Durante painel de abertura da reunião especial da Câmara Americana de Comércio (Amcham) para debater o cenário de investimento externo no Brasil pós-eleições, ele avaliou que só a apresentação de um plano de recuperação fiscal, com transparência em relação ao cálculo do superávit primário, já mudaria a percepção sobre a economia brasileira.

Souza defendeu que é preciso deixar claro como o resultado primário é calculado e que ele não pode ser pequeno. "Não podemos ter menos de 2,5% do PIB de superávit primário, porque a dívida pública cresce, e a gente perde o grau de investimento", afirmou, acrescentando que, se o País perder o investment grade, "o mundo não acaba, mas é um mau sinal para os investidores". Ele afirmou que esse ajuste será "difícil" e "lento", uma vez que metade dos gastos do governo é com políticas sociais, mas deve ser feito.

Também participante do painel, Antônio Corrêa Lacerda, professor de Economia da PUC-SP e sócio diretor da AC-Lacerda Consultores Associados, afirmou que o ajuste é uma das prioridades, mas ponderou que o Brasil deve fazer um esforço para diminuir o custo do endividamento. Segundo ele, o País é, "de longe, o que tem o maior custo de sua dívida". Ele acrescentou que outra prioridade deve ser nomear uma equipe econômica de credibilidade, comprometida com a retomada do crescimento e que se comunique bem.

Já o diretor presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luis Afonso Lima, defendeu como prioridade para o segundo mandato do governo Dilma Rousseff os investimentos em infraestrutura. Segundo ele, isso dará condições para o Brasil ter mais competitividade no cenário internacional. "Isso pode ser feito em parceria com investimento estrangeiro", afirmou. Lima destacou que, para que esses investimentos sejam possíveis, é necessário ter um marco regulatório estável.

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