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Vendas no comércio acumulam perdas no ano

Especialistas apontam que maior rigor na concessão de crédito e alto custo de financiamento dificultaram a expansão das vendas a prazo
09:36 | Out. 06, 2014
Autor O POVO
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Tipo Notícia
As vendas parcelas no comércio tiveram uma retração de 0,10% em setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. O fraco resultado das vendas a prazo também se repetiu no consolidado do ano. No acumulado dos nove primeiros meses de 2014, frente à igual período de 2013, as vendas parceladas acumulam queda de 0,91%. Os números são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
 
Na comparação entre setembro e agosto, que não leva em consideração a sazonalidade do período, as vendas cresceram 0,43% sobre o mês de agosto. Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os juros elevados que encarecem o crédito, a estagnação do crescimento da massa salarial e a menor geração de empregos, assim como a persistência da inflação em patamar elevado contribuíram para o resultado negativo. 
 
"Temos observado que o quadro de enfraquecimento da atividade econômica como um todo tem refletido de modo negativo no consumo. A inflação vem reduzindo o poder aquisitivo dos consumidores, principalmente daqueles com menor renda. Por isso, as compras de produtos com mais valor agregado, que geralmente são parceladas, têm sido adiadas", comenta a economista.
 
"Com o cenário econômico enfraquecido, estamos observando uma tendência de maior rigor no processo de concessão de crédito por parte dos lojistas. O momento é menos favorável ao consumo das famílias, uma vez que o custo para o consumidor comprar a prazo aumentou", explica Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.
 
Para Pellizzaro Junior, a expectativa dos lojistas é que com as contratações temporárias de fim de ano e o aumento do poder de compra com o pagamento de dissídios salariais e do 13º salário, as vendas apresentem uma leve recuperação nos próximos meses.
 
Para o presidente da CNDL, o aumento das vendas observado na base mensal de comparação foi influenciado, principalmente, pelos lançamentos de coleções de roupas e calçados, em função da mudança de estação.

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