Demanda doméstica fraca afeta resultado de siderúrgicas
Uma amostra clara da dificuldade do setor será o retorno da Usiminas ao prejuízo, um ano depois de ter conseguido voltar ao lucro. A média das projeções de sete instituições financeiras consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado (Ágora, BTG Pactual, Citi, Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander), aponta para um prejuízo líquido de R$ 50,4 milhões de julho a setembro deste ano, ante lucro de R$ 70,5 milhões um ano antes e de R$ 114,4 milhões no intervalo imediatamente anterior, considerando, em ambos, o lucro atribuído aos acionistas, que é aquele utilizado para o cálculo dos dividendos.
A siderúrgica mineira também deverá observar seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cair para R$ 414 milhões, recuo de 22% na relação trimestral e de 23% na anual. Já a receita líquida deverá ficar em R$ 2,957 bilhões conforme as estimativas, recuo de 8% ante o trimestre imediatamente anterior e de 5% em 12 meses.
"Do lado positivo para o trimestre, a Usiminas provavelmente irá continuar vendendo seu excesso de energia e deverá apresentar menor custo por tonelada de aço por conta da queda dos preços das matérias-primas", diz relatório do Itaú BBA.
Com a queda da demanda no Brasil, as siderúrgicas ampliaram as exportações, para evitar aumento de estoques, mas enfrentando como contrapartida uma rentabilidade mais baixa das vendas.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), além de ter seus números do trimestre afetados pelo mix de vendas mais fracos, também terá contra seu desempenho a forte queda dos preços do minério de ferro. O Ebitda no trimestre deverá somar R$ 1,168 bilhão, recuo de 29% em relação ao mesmo trimestre de 2013.
Ante o período imediatamente anterior, o recuo esperado é de 10%, segundo a média das estimativas de seis casas (BTG Pactual, Citi, Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander). A receita líquida está sendo projetada em R$ 3,971 bilhões, queda de 15% na relação anual e de 2% na trimestral. Para o lucro, no entanto, não há consenso entre as projeções, indo de prejuízo de R$ 262 milhões a lucro de R$ 212 milhões.
Entre as siderúrgicas de capital aberto, a Gerdau é a mais bem posicionada, apontam analistas, devido à diversificação regional. Um dos pontos que ajudarão a companhia a mitigar a piora no Brasil será a divisão dos Estados Unidos, que deverá apresentar resultados mais fortes. O Citi, por exemplo, projeta que a margem dessa divisão deverá subir para 9%, diante do melhor spread do metal. Das três, a siderúrgica gaúcha deverá ser a única a apresentar algum crescimento de seu Ebitda e receita líquida no terceiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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