Cristina Kirchner: elites quererem destruir meu governo
"Se algo acontecer comigo, não olhem para o Oriente, olhem para o norte", disse Cristina, após questionar alguns comentários feitos pela Embaixada dos EUA no país e pelo Departamento de Estado norte-americano. A tensa relação entre a Argentina e os EUA piorou desde junho, quando a Suprema Corte norte-americana rejeitou um apelo do governo argentino que levou o país sul-americano a entrar em default pela segunda vez em 13 anos.
O governo de Cristina Kirchner acusou uma autoridade da Embaixada dos EUA de "se meter em questões internas da Argentina" ao fazer comentários a um jornal local sobre o default. No fronte doméstico, a presidente disse que seu governo é alvo de ataques de fazendeiros que estão armazenando 27 milhões de toneladas de soja, a principal fonte de moeda do país, e de banqueiros locais que especulam contra o peso na esperança de provocar desvalorização cambial.
"O problema não é a economia ou a sociedade, ele é localizado em setores concentrados da economia que querem - e espero que eu esteja errada - destruir o governo com ajuda do exterior", declarou Cristina.
O default sobre a dívida está aprofundando uma das piores recessões a atingir o país desde que Cristina assumiu o poder, em 2007. A falta de moeda, a inflação extremamente alta e a redução do comércio com o Brasil já vinham prejudicando a economia antes do default. Analistas preveem que a Argentina terá contração de mais de 2,0% neste ano e que a inflação deve se aproximar de 40%.
A retórica agressiva do discurso de Cristina Kirchner surgiu um dia depois de o juiz norte-americano Thomas Griesa declarar que o governo argentino desacata o tribunal ao não cumprir sua ordem de pagar os fundos de hedge que processaram o país coletivamente por não pagar suas dívidas. A Argentina afirma que pagar US$ 1,6 bilhão aos fundos de hedge dos EUA pode gerar mais de US$ 100 bilhões em queixas de outros credores. Fonte: Dow Jones Newswires.
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