FGV: com fim da deflação, IGPs devem ter avanço gradual
De acordo com Quadros, alguns produtos estão em elevação, mas o movimento não é generalizado. "Os fatores de pressão encontram contrapesos", explicou, atribuindo a esta combinação a perspectiva de que o cenário de preços mantenha este comportamento entre setembro e outubro.
Neste mês, as principais elevações ocorreram na cadeia de carnes. No atacado, bovinos avançaram 3,22%, enquanto a carne bovina frigorificada ficou 7,23% mais cara. "A entressafra sozinha não provocaria um repique tão intenso de preços. As notícias de quem (os produtores) poderia exportar maior quantidade foram mais importantes", citou o superintendente.
Além disso, grãos como soja, milho e trigo ainda tiveram preços em queda, mas em menor intensidade do que em agosto - o que contribuiu para a aceleração do índice. No entanto, o minério de ferro segue no terreno negativo, com recuo de 5,42% em setembro, e os alimentos in natura, como tomate e batata-inglesa, ficaram ainda mais baratos, mostrando que a queda de preços renovou o fôlego nesses produtos.
No caso das carnes, contudo, Quadros alerta que a expectativa de vendas dos produtores pode não se concretizar, o que provocaria uma correção dos preços na sequência. "Essa é mais uma razão para não traçar um cenário de aceleração", afirmou. A soja, por sua vez, conta com o bom cenário projetado para a safra dos Estados Unidos, com constantes revisões cada vez mais otimistas. "Não vejo condição para a soja subir de preço agora", disse o superintendente.
No varejo, a alta das carnes também pesou no bolso dos consumidores. O item ficou 1,35% mais caro, segundo a FGV. A alimentação no domicílio, porém, subiu 0,08%, uma taxa considerada baixa. "Ela vai acabar subindo, mas será uma alta suave", disse Quadros.
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